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Jogos violentos: armas sem controle?



  
Um homem entra em uma escola e atira contra crianças indefesas em Realengo. A mídia então faz associações da violência do assassino com os games violentos que ele jogava. Essa não é uma discussão de hoje. Mas, afinal, jogos violentos podem induzir uma pessoa a um crime de tal brutalidade como assassinato?
Toda polêmica nasceu no final de abril com uma matéria do Domingo Espetacular da Record. A emissora questionou se jogos violentos podem servir de inspiração para massacres, usando como mote o de Realengo.

Muitos dos sites, blogs e gamers mais conhecidos da levantaram voz contra tal acusação e expuseram opiniões sobre o assunto. É quase um consenso que, sim, os jogos podem influenciar negativamente, assim como positivamente, um player.

Contudo, um jogo sozinho sem fatores externos, não poderia produzir um assassino. Mesmo estudiosos – ou seja, pessoas que necessariamente não jogam vídeo-game – concordam com essa tese. A pedagoga, professora do Departamento de Educação da Unesp de Bauru e estudiosa da relação entre jogos e formação educacional, Maria do Carmo Kobayashi, pensa que os jogos sozinhos não podem produzir pessoas violentas.
“Todos nós não nascemos nem bons nem maus, não existe essa dualidade. Todos nós nascemos com potencialidade para nos tornarmos bons ou maus. Algumas pessoas já trazem uma carga hereditária que não dá pra negar. Mas eu, particularmente, acredito que o meio pode potencializar e minimizar tudo aquilo que é bom e ruim. Eu que estudo ludicidade [relação entre jogos e educação] não acredito que os jogos vão produzir pessoas iradas, ou assassinos em potencial, eu não acredito nisso. Eu acredito que existe uma série de coisas que potencializam isso”, explica a professora. 
A estudante Manoela Tibúrcio é gamer a ter anos e concorda que os jogos podem influenciar, mas não é apenas essa mídia culpada por isso. “Eu adoro jogos de guerra, como Call of Duty. Eu acho que jogar esses jogos chegam a acalmar. Mas se eu tivesse problemas sérios poderia acontecer de querer levar para vida real. Mas também tem músicas e filmes que são piores que só os vídeo-games”, acredita a jogadora.
A professora ainda levanta que, embora os jogos possam influências uma criança negativamente, não é somente esse tipo de mídia capaz disso. Assim, de acordo com ela, é responsabilidade dos pais explicar para os filhos como entender positivamente as mensagens que tais conteúdos passam.
“Quando um adulto assiste a isso ele tem poder de pensar e refletir. Acontece que em períodos anteriores, nós tínhamos uma comunidade adulta que cuidava das gerações mais jovens. As nossas crianças, hoje, estão praticamente abandonadas à própria sorte, sob o julgo da mídia”, critica.
Sem controle dos pais, políticos então tentam intervir na questão. Há um projeto de lei em discussão desde 2006 do senador Valdir Raupp que pretende censurar “jogos de videogames ofensivos aos costumes, às tradições dos povos, aos seus cultos, credos, religiões e símbolos”, o que inclui os violentos.
Maria do Carmo, contudo, acredita que proibir não seja a solução. “O caminho não é proibir. Jamais. A proibição só vai criar aquilo que a gente já conhece desde Adão e Eva: o que é proibido é mais gostoso. Isso é próprio da criança e do adolescente. As crianças e adolescentes estão se apropriando indevidamente de conteúdo e de conceitos porque nós estamos deixando. A sociedade e a família não estão dando conta de cuidar das nossas crianças e adolescentes. Isso se reflete na escola”, lembra.
Ainda, a professora ressalta que os games são a bola da vez e que não podem ser considerados os únicos influenciadores modernos. “O vídeo-game é hoje a vítima, a televisão já foi. As pessoas se retroalimentam e se apegam a suportes para 
explicar as coisas que elas não entendem. Hoje é o vídeo-game, amanhã pode ser o tablet”, finaliza.
E ai, já formou a sua opinião?

Veja abaixo algumas das opiniões sobre o assunto:

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