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Game Flashback - Bully


Bully foi lançado em 2006 para playstation 2, e se tornou rapidamente um dos jogos mais comentados do momento. Ele prometia ser o mais novo GTA da Rockstar, mas, diferente das aventuras caóticas na cidade, esse game se passaria dentro de uma escola. Isso significa que é possível atazanar todos os alunos, bater e atirar coisas em pessoas (como ovos, líquidos fedorentos, cadernos, ratos mortos... você pode imaginar que nesse caso nunca falta criatividade, né?). Apesar de tudo, Bully não é um bicho de sete cabeças sedentas por sangue. Ou será que é?

A História


Nesse jogo, você é Jimmy Hopkins, um garoto com jeito de rebelde e problemático. Tudo começa no carro, com a mãe e o padrasto de Jimmy o levando para um internato, a Bullworth Academy, onde ele vai passar o ano todo (o jogo tem estações do ano definidas, festa de halloween e tudo que tem direito). A escola tem fama de ser a pior possível (foi a única que aceitou Jimmy, de acordo com sua mãe), e logo que você chega, dá pra perceber o clima do jogo. Você veste seu uniforme e começa a conhecer o colégio. Logo de cara você conhece Gary (o cicatriz ali em cima), um garoto que te incentiva a fazer besteiras, some e depois dá a maior dor de cabeça do mundo. O trailer aí embaixo ajuda a entender melhor.


Jimmy chega a Bullworth como um Zé Ninguém e aos poucos vai conquistando o respeito de todos através de pequenos favores que vão desde ajudar o nerd a chegar ao banheiro sem apanhar e se fantasiar de mascote da escola pra distrair os atletas enquanto os nerds executam uma vingança longamente planejada, até salvar a escola de um incêndio que todos acham que foi você que provocou. O fim do jogo só não é um apocalipse zumbi por falta de zumbis o que é uma pena. A escola entra numa verdadeira guerra e cabe a você acabar com essa insanidade, já que o diretor da escola nem liga. Aliás, a postura do diretor merece discussão, mas vamos deixar a polêmica para o fim do post, sim?



As Facções da escola



Sabe aquele clichê supremo de filme americano de colégio com os atletas jogando nerds em latões de lixo enquanto as líderes de torcida lixam as unhas? Esse é exatamente o clima de Bully! Existem 5 facções muito distintas que Gary te apresenta assim que você chega.


Bullies - São esses caras mal encarados de camisa branca. Como o nome já diz, esse grupo nada mais é que uma corja de valentões. São sete no total e serão os primeiros a arrumar encrenca com você e os primeiros que passam a te respeitar na escola. Não tem exatamente um líder entre eles, mas, por intriga do cicatriz Gary, você tem que encarar um gradalhão bobão e muito forte chamado Russel. Nada muito complicado, na verdade, e depois o grandão ainda vira um bom aliado em alguns momentos.



Nerds - Não exige muita explicação, né? São os típicos nerds americanos estereotipados. Gordinhos de cabelo repartido no meio, magricelas de óculos, fracos de físico e constantemente perseguidos por todos, principalmente por valentões e atletas. Liderados por Earnest, os nove nerds da escola lutam o tempo todo para se livrar do bullying. Algumas das missões mais chatas são com eles (aquelas de proteger o amiguinho fraco, sabe?), mas algumas das mais engraçadas também.


Preppies - São os riquinhos que vão te tratar como lixo até que você mostre que pode se comportar como um deles (com direito a comprar esse uniforme almofadinha na loja mais cara da cidade e cortar o cabelo desse jeito penteadinho). O líder Derby é um chatonildo, e os outros sete enchem o saco às vezes, mas depois que você conquista o respeito deles, pode frequentar o quartel general no farol da praia. 
(Dica: aprenda a lutar ao máximo com o mendigo atrás do ônibus na escola antes de se meter com esse pessoal.)


Jocks - Aqui incluímos atletas não muito espertos e também as líderes de torcida. São nove ao todo, e o líder se chama Ted. Na verdade, as missões com eles são na maioria os Nerds tentando vingança, mas tem algumas divertidas, como as relacionadas com Mandy, a convencida garota dos jocks. Até você conseguir respeito, os jocks sempre vão querer arrumar confusão quando você passar pelo território deles e eles são bem fortes. Geralmente é melhor correr.

Greasers - Esses nove caras são os de visual mais exótico. Com uma pegada mais rockabilly, ficam nos galpões onde acontecem as Shop Classes, as aulas em que você mexe nas bicicletas. Johnny é o líder e namorado da Lola. Essa relação mais parece novela mexicana, Lola vai dar em cima de você e do mundo conforme for conveniente pra ela. Dá até raiva dessa piranh... Eles são o segundos na hierarquia da escola, perdendo só para os Jocks em força. Arrumar briga com eles costuma ser bem chato.


Townies - São os meninos que não frequentam Bullworth, seja porque não podem pagar, porque foram expulsos ou por algum tipo de motivo pessoal. Zoe, a garota misteriosa do livro do ano é um exemplo dessa última classe de townies. Ela era uma estudante regular e frequentava todas as aulas normalmente, mas teve um certo desentendimento com o professor de educação física. Uma das missões que fazem Jimmy conquistar o respeito dessa facção é justamente ajudar Zoe a desmascarar o professor para que ele seja mandado embora e ela possa voltar ao colégio.



Escola é lugar de estudar... também


Várias coisas em Bully foram muito bem sacadas pela Rockstar. Por estar em uma escola, você tem que frequentar aulas, claro! E as aulas são mesmo construtivas. Você aprende coisas a cada lição bem sucedida e essas novas habilidades ajudam muito nas missões, além de abrirem algumas missões secundárias. São alguns minigames bem simples. Nas aulas de Inglês precisa formar o máximo possível de palavras com as letras que eles dão, e te deixa mais eloquente, mais habilidoso em se desculpar e em ofender pessoas, literalmente melhor com as palavras. As lições de Química  e aulas na Oficina são de apertar botões específicos no tempo certo. Isso serve para fazer novas bombas para atirar nas pessoas distraídas ou para vencer lutas no caso da química e para habilitar o uso das bicicletas (cada vez melhores), no caso da oficina. As bicicletas ajudam muito quando o deslocamento no jogo fica muito grande. Quando você precisa fazer coisas fora dos muros da escola, ir andando ou de skate é quase um martírio. (mais pra frente é possível habilitar um kart que é sensacional!)


As aulas de Arte funcinam como o antigo jogo Qix, e te ajudam com as garotas (ou garotos... sim, alunos gays. Cornelius, o nerd e Trent, o Bully boy loirinho ali embaixo são exemplos, mas você pode tentar achar os outros. Tem conquista no Xbox360 quando você consegue 20 beijos de rapazes). Beijar alguém te dá uma barra extra de energia que varia conforme o seu beijo... erh... evolui (?!). Mas parar de ficar com uma garota pra ficar com outra dá muita confusão. As aulas restantes são as de Educação Física, como é óbvio, melhoram seu físico, sua habilidade de lutar. (Melhor que a aula, só mesmo aprender novos golpes com o mendigo bêbado que fica no beco atrás do ônibus quebrado da escola); e as de Fotografia. Várias missões exigem que você saiba tirar fotos e você também será o responsável pelo livro do ano (aqui você pode ver uma página dele). Bully tem uma diferença crucial em relação aos outros games do gênero: cada personagem é único, todos com nome e sobrenome, feitos com cuidado, com uma personalidade única. Para completar o livro do ano, você tem encontrar e fotografar cada um deles. Isso dá um trabalho bom, você sempre acha que ainda não fotografou alguém e fica tirando mil fotos do mesmo, mas é possível completar e dá uma roupa diferente de bônus. 

Indisciplina

Estar na escola não é só aula. Vários inspetores ficam rondando o lugar atrás de conduta errada. Bater em meninas ou nas crianças pequenas nunca é tolerado. Parece até que os homens da lei correm mais rápido atrás de você quando você faz alguma coisa  com os indefesos. As autoridades do colégio  também vão te dar bronca se você não estiver usando o uniforme do colégio (todas as imagens relacionadas ao jogo mostram Jimmy de uniforme e carequinha, mas é possível customizar o menino todinho), e vão te caçar e podem até dar detenções se estiver matando aula, causando confusão, invadindo lugares que não deve ou andando à noite fora da área do dormitório dos meninos. Aliás, fique sempre esperto com a hora de dormir, é assunto sério nesse jogo. Depois de determinada hora, Jimmy cai no sono independente de onde você esteja, e se dormir na rua, pode ser roubado. Tente sempre botar o menino pra dormir antes que seja tarde demais.



Bully é um passatempo dos bons. Se você quer explorar, procurar collectibles, fazer coisas secundárias ou simplesmente atormentar outros estudantes, é uma ótima pedida. Se você é do tipo que prefere se focar em fazer as missões, também não deixa nada a desejar. A história é interessante, a proposta é diferente de qualquer outro game do gênero e acima de tudo é diversão certa. 




Scolarship Edition

Esse é o remake de Bully para Xbox360 e Wii, mas a Rockstar não enfiou o velho bully em DVD's novos e simplesmente mandou para as lojas. Nanão, eles adicionaram novos personagens, oito novas missões, mais roupas diferentes, aulas de Matemática, Geografia, Biologia e Música, e minigames de multiplayer competitivo, além de ter dado uma mudadinha nos gráficos, claro. Os de Wii se mantiveram mais fiéis ao que exista para PS2 anteriormente, mas o Xbox360 deu uma repaginada razoável no visual do jogo, até na caracterização do próprio Jimmy, que pra mim ficou com menos cara de molecotinho. Esse vídeo aí embaixo mostra a diferença entre Bully nos diferentes consoles, é fácil ver essas diferenças.







Jogo violento?

Uma das grandes polêmicas com esse jogo é a questão da violência. Veio de tudo, "vai deixar as crianças violentas", "vai ensinar que pode bater no amiguinho" e coisas do gênero foi o que se ouvia mais fácil quando o jogo foi lançado. A questão que fica é: é válido se divertir às custas de bullying e violência? 


Quem jogou Bully até o fim percebeu que a intenção de Jimmy muda ao longo da história. Ele chega ao colégio isolado e vai conhecendo os estudantes aos poucos. Vendo o dia-a-dia da escola, o garoto percebe que o que acontece lá é muito errado, e, se vendo em meio a professores relapsos e um diretor completamente alheio aos problemas, Jimmy resolve tentar resolver sozinho. A intenção dele é justamente acabar com a guerra entre as facções, com o bullying, mas sem mudar sua personalidade. Ele continua uma peste. Particularmente, acho que apesar de Bully dar diversas opções de transgressão muito divertidas, a mensagem do jogo é clara: é melhor viver em paz com as pessoas apesar das diferenças. e viva o rei Jimmy Hopkins!


E aí? Você acha que ficou mais violento jogando GTA's e Bully's da vida? Meta a boca no mundo, xingue as tias chatas que te vestiram de coelhinho e não te deixaram jogar Counter Strike ou demonize o absurdo de poder enfiar a cabeça de outra pessoa no vaso. Os comentários servem pra isso =]

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