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Tudo sobre a conferência da Apple: do iPhone 5 a velhas novidades




Exatamente às 14h no horário de Brasília (10h no horário local), Tim Cook sobe ao palco do Yerba Buena Center Arts, em San Francisco – CA, para dar início a mais uma conferência da Apple, um dos eventos anuais mais aguardados por aficionados em tecnologia. O show começa com um vídeo introdutório que é um tour pela Apple Store de Passeig De Gràcia, em Barcelona, inaugurada em 28 de julho desse ano. E, como é de praxe, a primeira parte da apresentação serve apenas para o marketing do nome da empresa e mostrar como ela é diferenciada; e isso já se inicia mesmo com a história da Apple Store de Barcelona, em que Tim Cooks exalta o fato de que a única empresa que restauraria um prédio tão antigo para transformá-lo numa das lojas mais modernas do mundo é a Apple, contrastando a parte externa barroca com o interior post-decó. E segue mais balela, com a apresentação dos expressivos números que a empresa atingiu: 380 Apple Stores espalhadas por 13 países; macbooks já representam 27% das vendas de notebooks nos EUA em Julho; em pouco mais de dois meses, o software Mountain Lion já recebeu mais de 7 milhões de downloads; em pouco mais de dois anos no mercado, o iPad já vendeu 84 milhões de unidades até junho, 17 milhões destas apenas entre os meses de abril e junho desse ano; 91% do tráfego da web em tablets são de iPads, além de 94% das empresas Fortune 500 (ranking anual criado pela revista Fortune das empresas americanas mais ricas) usam e criam apps para iPad.

E depois de 12 minutos de pura massagem no ego, Tim Cook finalmente chama ao palco Phil Schiller (vice-presidente mundial de marketing) para o anúncio mais aguardado da manhã: o novo iPhone 5. O produto não chega a ser uma imensa novidade, já que provou ser o mesmo das imagens que haviam vazado já faz alguns dias (comentários na internet brincam que o iPhone 5 é um segredo guardado a sete chaves numa redoma de vidro), mas mesmo assim foi recebido com efusivos aplausos pela multidão que lotava o auditório. Entre as tantas qualidades do produto que ainda seriam apresentadas, as primeiras foram relativos à seus parâmetros físicos; o iPhone 5 não só é o mais fino produto já lançado pela empresa, como também o mais leve; feito inteiro em fibra de vidro e alumínio, possui 7.6mm de espessura (18% mais fino do que o iPhone 4S) e um peso de apenas 120g (20% mais leve que o antecessor). A tela continua tendo 4'', mas agora está ligeiramente esticada, em resolução de 1136x640 (proporção de 16:9). Essa ligeira mudança trará uma boa e óbvia novidade aos usuários: o iPhone agora pode ser usado para ver vídeos em formato wide-screene com qualidade ainda melhor do que seu antecessor, pois possui nível de saturação da tela 44% maior. A desvantagem é que os appsantigos ficarão com aquelas faixas pretas nas bordas laterais, mas boa parte das empresas já atualizaram seus softwares para as novas configurações de vídeo, então isso provavelmente não será um grande problema para os usuários. Além disso, os sensores de toque são integrados diretamente na tela, o que a torna mais sensível e aumenta a velocidade de resposta. Falando em velocidade, o iPhone 5 virá com o novo processador A6, que promete ter o dobro da velocidade do A5 e ser 22% menor. O novo processador também promete uma melhoria na qualidade dos jogos, que devem se aproximar cada vez mais em qualidade de imagem com os da atual geração (PS3 e X-Box 360). Pelas imagens mostradas de Real Racing 3, parece que não irão decepcionar. Outra novidade é a nova bateria, que promete autonomia de até 225h no modo standby e até 8h de uso constante no modo de navegação 3G ou 4G.

Real Racing 3, apresentado na conferência

Menor, mais rápido...até aí, alguma novidade?

Poucas, como as da nova câmera, que mantém as mesmas especificações da do iPhone 4S, com a novidade que as lentes, agora de cristais de safira, possuem alinhamento preciso, modo de pouco luminosidade dinâmico, que lhe permitirá capturar imagens mais rápido e ter um rendimento melhor do que as outras na categoria em ambientes de pouco luminosidade, e são 25% menores. Além disso, virá com um modo de panorâmica que permitirá que se batam fotos de até 28 megapixels. Uma boa novidade pra quem gosta de fazer vídeos é que a nova câmera já gravará todas as imagens em Full HD. Outra boa novidade da câmera é o que o Facetime agora poderá ser usado por qualquer linha de telefone, caso a operadora permita o serviço, o que provavelmente não será o caso do Brasil.

Outra novidade que provavelmente também não usufruiremos por aqui é a rede 4G. Apesar de ter sido vendido como uma das grandes inovações do novo iPhone sua antena dinâmica com suporte à tecnologia LTE (4G), nenhuma das operadoras citadas como provedoras do serviço é brasileira. Apesar disso, o iPhone 5 continuará trabalhando com duas frequências de Wi-Fi (2,4GHz e 5GHz) nos padrões 802.11a/b/g/n, o que permitirá o uso de qualquer rede Wi-Fi que exista em nosso país sem maiores problemas.

Ao contrário do 4G, uma novidade que poderá ser utilizada sem problemas no Brasil é o novo “mapas” do iOS 6, com navegação curva a curva e visualização 3D. A empresa afirma que já existem mais de 100.000 pontos de interesse de todo o mundo catalogados em seus mapas; resta saber quantos serão aqui no país. Mas não apenas em seus mapas que o iOS 6 traz novidades: uma das mais interessantes é o Photo Stream Sharing, que compartilhará fotos entre grupos restritos e apps, com suporte a comentários e “curtidas”. E, se uma espécie de Ping para fotos é um dos pontos altos, isso apenas serve para ilustrar o que foi a apresentação do iOS 6. Outras novidades apresentadas foram o novo Saphari que – finalmente! - será em full screen e possuirá um sistema de abas muito parecido com o do Chrome, além do Passbook, que agora poderá ser acessado diretamente da lockscreen e contará com uma animaçãozinha na hora de excluir ingressos – coisas que podem ser consideradas muito mais como um mimo insignificante do que uma inovação propriamente dita. Já a novidade que todos esperavam simplesmente não veio: o anúncio do update do Siri foi exatamente o mesmo do que havia sido feito em junho na WWDC (conferência anual dos desenvolvedores da Apple), como a procura por resultados e melhores momentos de jogos de futebol, filmes, reservas de hotéis e novos apps. Além disso, o Siri também dará suporte para publicações no Facebook diretamente por ele. Como o nome já diz, o iPhone 5, além de todas essas funcionalidades, também funciona como o bom e velho telefone, e até nesse aspecto ele traz algo diferente

iPhone 5, o grande anúncio de hoje da Apple..
Além das opções de receber ou recusar uma chamada, você poderá, com apenas um toque, recusar uma chamada e, ao mesmo tempo, enviar um SMS ou iMessage (pré-definido ou criado pelo dono do aparelho) dando uma desculpa explicando porque não pode atender a ligação naquele momento. Além disso, o iPhone 5 também poderá lembrá-lo da desculpa usada, para que no futuro você não se embanane todo ao encontrar a pessoa que estava evitando! Só lembre-se que, por mais que o telefone ajude, chegar em casa com bafo de cachaça depois de avisar que estava numa reunião com o chefe não dará credibilidade à sua história.

Mas ainda uma grande novidade estava por vir, e não era o fato de o novo iPhone ter agora 3 microfones que são 20% menores que o antecessor. A grande novidade é o novo cabo de transferência de dados; batizado de Lightning (relâmpago/raio), ele troca o já tradicional conector de 30 pinos que acompanha a empresa desde a primeira geração de iPhones e iPods para um novo conector de 8 pinos totalmente digital. A maior vantagem nessa mudança está mesmo no design; apesar da empresa ter se gabado no palco que essa mudança proporcionará um aumento na velocidade de transferência e diminuição das perdas de transmissão, essa diferença será modesta, já que o sistema ainda é baseado no USB 2.0, e não no 3.0 ou Thunderbolt. Assim, o grande ganho da empresa será mesmo nos adaptadores que terão que comprar quem, por um motivo ou outro, quiser usar cabos das versões mais antigas no novo iPhone, e que serão vendido por aproximadamente U$130,00. A apresentação terminou com a exibição de um novo vídeo, que retoma as novidades apresentadas e mostra o processo de produção do iPhone 5.

A pré-venda do aparelho começará no dia 14 de setembro, somente nos EUA. Dia 21 começarão as vendas oficiais nos EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, Japão, Hong Kong e Singapura. No restante do globo (Brasil incluso), o iPhone 5 estará disponível apenas a partir de dezembro. O preço será o mesmo do iPhone 4S, a partir de U$199,00 o modelo de 16gb por um contrato de 2 anos. O aparelho estará disponível nas cores branco e preto.


Após o tão aguardado iPhone 5, ainda restam algumas novidades a serem expostas. A primeira delas é a nova iTunes Store, que passará por pequenas mudanças visuais, com design borda-a-borda e pequenos mimos, como a expansão de álbuns quando são clicados. O novo iTunes também mudará menos de tela, mostrando as músicas do now playing em janela modal, o que é ótimo, pois dá mais dinamismo ao programa. Além disso, artistas também poderão compartilhar suas fotos através do iTunes, e ele virá com a opção “curtir” do Facebook integrada. Outra coisa que muda é o miniplayer, que passará a permitir também a pesquisa e controle de playlists e das próximas músicas que deverão ser tocadas. E, seguindo a trilha da integração entre programas, o iTunes agora também estará integrado com o iCloud, permitindo terminar de ver filmes e séries que se começou a assistir em algum outro dispositivo, e possuirá a interface de sua versão para desktop praticamente idêntica à do iOS. Tanto o novo iOS 6 quanto as mudanças na iTunes Store estarão disponíveis a partir do dia 19 de setembro.

E então chega a hora de novidades daqueles que proporcionaram o início da ascensão da Apple no mercado de tecnologia: os iPods. E começa com o anúncio de um novo iPod Nano, que terá as dimensões de 5,4 mm de espessura, tela multitoque de 2,5'' com tecla home, pedômetro e bluetooth embutidos, e estará disponível em sete cores: branco, preto, magenta, verde, azul, amarelo e vermelho.

Logo em seguida, é a vez do iPod Touch. A nova geração terá 6,1 mm de espessura, tela de 4'' e pesará apenas 88g. Além disso, virá ainda com o processador A5 (o mesmo do iPhone 4S), o que tornará esse iPod bem mais rápido no processamento que seus antecessores. Ele também deverá usar a mesma bateria que o iPhone 5, o que permitiria a reprodução de cerca de 40 horas ininterruptas de música.

Outra novidade do novo iPod Touch é a câmera de 5 megapixels com f/2.4 de abertura, e que gravará vídeos em qualidade de 1080p. Além disso, virá também com um recurso chamado loop, que é um disco que existirá atrás do aparelho de onde se poderá puxar aquelas cordinhas pra se colocar no pulso (comum em câmeras digitais), o que diminui o risco de quedas e perda do aparelho enquanto se tira uma foto. Ele também virá com acesso Wi-Fi, mas sem a tecnologia 4G, e estará disponível em 5 cores: branco, preto, azul, amarelo e vermelho. Ambos os modelos usarão o conector Lightning e estarão disponíveis no mercado a partir de outubro.

Por último, um produto pelo qual muita pouca gente esperava foi anunciado: os EarPods. Desenvolvidos durantes os últimos três anos, eles pretendem ser a solução da empresa para aqueles seus fones de ouvido brancos de formato ultrapassado. Diferentes de qualquer outro fone no mercado, os EarPods possuem formato anatômico que pretende se encaixar na orelha sem irritá-la após um período de uso prolongado, como acontecia com os antigos. Além disso, ele também terá um sistema que tocará a música “dentro de seu ouvido”, tendendo a diminuir aquele chiado fantasma que irrita qualquer um que fique perto de alguém escutando música com o fone numa altura elevada. Os novos EarPods já estarão inclusos nas caixas do iPhone 5, iPod Nano e iPod Touch. Para aqueles que, como eu, precisam enfrentar longas viagens de ônibus vez ou outra, esses novos fones são uma ótima novidade.
E para fechar com chave de ouro, Tim Cook chama para o palco Dave Grohl e os Foo Fighters, que fazem um belo som com versões acústicas de Times Like These, My Hero e Walk.

Fim de show e fim de papo. As luzes se apagam e as pessoas começam a esvaziar o auditório com sentimentos controversos: umas satisfeitas, outras ansiosas, e outras ainda decepcionadas com o que pode ter sido uma das conferências mais fracas da maça gigante. Ainda um efeito Jobs? Não sei. Mas, pelos números mostrados no começo da apresentação, uma coisa podemos ter certeza: Jobs se foi, mas a Apple ainda vive. E bem.




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