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A Origem da Campus Party




Quem está ligado no mundo da tecnologia deve saber que entre os dias 6 e 12 de fevereiro de 2012 vai rolar o maior evento da América Latina dentro das áreas que vão de mídias sociais a games. E com certeza o Comando Login não vai estar de fora dessa. Estaremos lá - Márcia Tiemi e Pedro Zambon - para trazer tudo do mais importante que vai acontecer nesse evento épico. Enquanto a Tiemi vai trazer informações mais gerais sobre o evento e os acontecimentos da Campus, eu, Pedro Zambon, ficarei encarregado da apaixonante área de Entretenimento Digital, vulgo Games. Com a dificuldade diariamente com qualidade o desafio é preparar um minidocumentário que será lançado depois do evento...

Mas como diria o sábio, vamos começar do princípio. Antes de falar de Campus Party Brasil 4 de 2012, vamos entender a origem desse evento e saber como uma LAN party de 250 pessoas na Espanha se tornou um dos mais importantes eventos de tecnologia do mundo.

A Origem

Durante a saudosa década de noventa a popularização da internet criou na Europa o fenômeno da LAN Party. Nesses eventos, várias pessoas se reuniam em volta de uma rede local (LAN) originalmente para partidas de jogos multiplayer - o que se expandiu para outras áreas da tecnologia, conectando pessoas em volta de robótica, multimídia, programação, segurança informática, modding, etc.

E foi nesse contexto que um jovem radialista apaixonado por tecnologia chamado Paco Regageles assistiu uma reportagem no final de 1996 sobre essas tais LAN Party em um canal de TV espanhol, a TVE-2. Paco ficou tão empolgado que gravou a reportagem e mostrou para os seus amigos. "Precisamos fazer uma dessas por aqui". E assim foi.

Ben-Al Party - 1997 / 1998


Na semana santa do ano de 1997 foi realizada uma a primeira LAN Party particular do grupo juntamente com a Asociación Juvenil EnRED na uma escola primária Miguel Hernandez em Benalmádena - por isso, Ben-Al Party - com apenas 50 pessoas. No mesmo ano eles decidiram ampliar a experiencia durante os dias 8 e 10 de Agosto, quando cerca de 250 pessoas se juntaram no Ceulaj em Mollina (Málaga) e participaram daquilo que pode ser considerada o embrião da Campus.

Mas o glamour atual do evento não era realidade lá nos meados da década de 90. Depois da recusa da Telefonica em disponibilizar a instalação de uma rede de 10 RDSI, eles tiveram que recorrer a uma bela gambiarra caseira pra não estragar a festa. A ideia, que no fim deu certo apesar das limitações, era alugar 10 linhas telefônicas comuns ligadas em um modem de 56 kb cada. Mas se engana quem acha que a precariedade da internet ( impensável nos dias de hoje ) atrapalharam a diversão. A reunião foi tão bem sucedida que só acabou depois de uma intempérie climática!

Tínhamos previsto acabar às 3 da tarde do domingo, era pleno verão no sul da Espanha, o que quer dizer que estava muuuuuuito calor, tranquilamente uns 40 graus... Às 2 da tarde começou a chover granizo! Foi incrível, em poucos minutos caiu do céu uma quantidade incrível de granizo. Obviamente tivemos que parar tudo, desligamos a eletricidade para não ter nenhum problema e voltamos todos para as nossas casa. Paco Regageles; Fonte: Não Zero


Duas pérolas, uma da RTVE e outra do Canal+ sobre a primeira Campus Party


Depois do sucesso da primeira edição, a enRED decidiu organizar outra reunião, em Abril, que apesar de não contar com muito mais participantes da primeira edição, foi mais estruturada e consolidada. Desavenças com parte da EnRED e perspectivas de que o evento deveria ser profissionalizado, fizeram com que parte dos organizadores do evento (especificamente Ragageles, Belinda Galiano, Yolanda Rueda, Pablo Antón, Juanma Moreno e Rafa Revert) se juntassem para pensar em outra reunião ainda mais ampla no mesmo ano de 1998. Surgia a Campus Party da maneira mais próxima que conhecemos hoje. De 31 de Julho à 2 de Agosto na Ceulaj, aconteceu o evento que contou com mais que o dobro de participantes e, principalmente, atraiu atenção midiática em escala nacional. O sucesso culminou na fundação em Abril de 1999 da Futura E3, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo principal passou a ser organizar esse tipo de evento pelo mundo. Mesmo depois de ter rolado uma outra reunião ainda em 1999 com 600 participantes, foi a Campus Party seguinte que se tornou um marco da profissionalização do evento.


Reportagem do canal Sur sobre a Ben-Al Part 2

Campus Party 2000 - 2007

Tudo começou com Paco Regageles confessando em 1999 o sonho de realizar o evento Museo de las Ciencias Príncipe Felipe de Valencia para Manuel Toharia, sem saber que ele se tornaria o diretor do dito museu, permitindo que lá fossem realizadas as locações do evento, especificamente na Cuidad de las Artes y las Ciencias (CAC).

O evento foi um sucesso, se tornando a até então maior reunião do tipo já realizada, com 132 horas ininterruptas com quase 2 mil jovens conectados à internet nessa espécie de "acampamento futurista". Segundo o especial preparado pelo El Mundo na ocasião, o evento foi acompanhado por cerca de 200 jornalistas e sua página online acessada por 85 países dos 5 continentes.

O evento repetiu o local e o sucesso no ano seguinte, 2001, contanto desta vez com ainda mais patrocínios e visibilidade midiática, trazendo nomes ilustres como Nicholas Negroponte. O sucesso do evento só aumentava, e o espaço começava a ficar pequeno. Tanto que no ano seguinte eles tiveram que montar uma estrutura no estacionamento do museu onde costumavam se instalar, atingindo 3000 participantes.

Nos anos seguintes, até 2007, quando o evento chegou a mais de 8 mil inscritos, passaram por lá figuras ilustres como  programador John "Maddog" Hall, o físico Stephen Halking, os astronautas Neil Armstrong e Marcos Pontes, o músico de games Tommy Tallarico e o programador milionário Mark Shuttleworth, que além de fundar a empresa responsável pelo Ubuntu, se tornou o primeiro turista espacial.




As diferenças entre as LAN Partys da época e a Campus Party eram muitas. As LAN Parties duravam cerca de três dias, eram específicas sobre uma área da tecnologia. Eram meras reuniões, sem muitas opções educativas. Nós mudamos radicalmente o formato. Passamos a uma semana, introduzimos muitos conteúdos diferentes como robótica ou astronomia, e baseamos o evento no aprendizado. Realmente o Campus Party é bastante diferente a qualquer outra party do mundo. Paco Regageles



Internacionalização - Campus Party Brasil


Depois de 10 anos do primeiro evento, a E3 Futura decidiu que era hora do evento sair dos limites da Espanha e se expandir para o novo continente. E o país escolhido para sediar essa experiência de além mar da Campus Party foi o Brasil. A ideia surgiu em uma conversa com um dos patrocinadores, a Telefônica - que até hoje é uma das grandes apoiadoras do evento - e a escolha pelo Brasil amadureceu após a confirmação de que a Campus Party deveria extrapolar as fronteiras europeias. "O Brasil foi o primeiro por várias razões: é um dos países mais ativos na internet apesar das dificuldades pelo ponto em que se encontra economicamente. O brasileiro é um comunicador nato. Sua idiosincrasia o está convertendo em uma potencia mundial na internet, especialmente nas redes sociais e no mundo do software livre. Se juntamos a isso a importância do país para a Telefonica, temos a resposta de porque estamos no Brasil.", explica Paco.












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