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Homem de Ferro 3 - Crítica

Sábado a noite cheguei quase 9 horas da noite no cinema para assistir ao Homem de Ferro 3. A ideia era assistir a sessão das 21:30. Estava lotada. Tentei comprar o das 23:50. Idem. O jeito foi comprar para ver no dia seguinte mesmo (e estava quase lotada a sessão de domingo a noite também).

O primeiro filme da fase 2 dos Vingadores no cinema traz o principal nome da saga em uma ação a la James Bond. Brigas com a famosa armadura serão poucas, se comparadas ao mano-a-mano que Tony Stark vai enfrentar (com direito a "invadir castelo" com armas de sua criação). 

Poster oficial do filme

Dirigido por Shane Black, Homem de Ferro 3, infelizmente, é o piorzinho da trilogia. Com necessidade de se colocar piadas o tempo todo e uma infidelidade aos quadrinhos, Black deixou a desejar, ainda mais se comparado a Jon Favreau, que largou o cargo de diretor e está como produtor executivo neste filme, além de continuar como Happy Hogan.

Em questão de atuação, uma salva de palmas para todos: Robert Downey Jr. está excelente, ainda mais engraçado e excêntrico, além de conseguir transbordar a ansiedade e o medo que Tony está sentindo após Nova Iorque e o "buraco de minhoca". Já Ben Kingsley é um espetáculo a parte como Mandarim, a grande decepção do filme. Não é um paradoxo: o ator é ótimo como um dos vilões mais temidos dos quadrinhos, mas o roteiro do filme ESTRAGA o personagem. 

Não quero dar spoiler, mas fica a dica: você foi enganado.

Os 10 anéis do Mandarim estão lá, mas são meros enfeites


E talvez esse clima de enganação diminua todos os outros aspectos bons do filme para quem é fã do Homem de Ferro e suas histórias nos quadrinhos. Porque o vilão aqui não é Mandarim, e sim Aldrich Killian.

Interpretado por Guy Pearce (outro que manda bem na atuação), Killian é mostrado logo no começo do filme como alguém desprezado por Tony Stark, e se vinga ao usar a pesquisa de Maya Hansen (Rebecca Hall) para criar a tecnologia Extremis - uma espécie de aprimoramento das funções cerebrais. Nisso, seres humanos se desfazem de suas deficiências e ficam mais fortes - e com um poder de cura à la Wolverine. 

Esses "super-humanos" saem pelas ruas disparando bombas em nome do Mandarim. O "terrorista" credita seus ataques ao fato de os Estados Unidos não saberem tratar os outros povos e seu próprio país - ou seja, ele tem sua razão. 

Nesse aspecto político, Homem de Ferro 3 é excelente. A imagem do chinês, muito parecida com Bin Laden (até mesmo em suas falas, como "vocês nunca saberão onde estou"), representa toda a falência da América como um Estado, ao apontar suas falhas. Até mesmo a piada com a nomenclatura do Patriota de Ferro (Don Cheadle), que abandonou o nome Máquina de Combate/War Machine neste filme, mostra essa decadência.

E Peppers Potts (Gwyneth Paltrow) sai de vez da condição "rostinho bonito/mocinha a ser salva" para alguém importante na trama (sem essa de só intimidar o Hammer chamando a polícia). Pena não utilizarem a Resgate, mas Peppers vai distribuir umas boas porradas.

Ao analisar o filme individualmente, ele é ótimo, principalmente caso você não conheça o Mandarim dos quadrinhos. Tem muita ação, bons diálogos, boas piadas (apesar que algumas aparecem em momentos inadequados) e uma narração interessante. No entanto, Homem de Ferro 3 não deu uma ponta sequer do que pode vir nos próximos filmes da Marvel, diferente de toda a ligação feita nos filmes da 1º "fase" dos Vingadores. Isso transforma a cena pós-crédito em uma grande decepção - mas vale a pena conferi-la. O final do filme é CLI-CHÊ-ZÍS-SI-MO, a ponto de trazer um desespero para os fãs do "enlatado", mas sabemos que não vai ficar daquela maneira.

Melhor, vai lá conferir o filme. A fila e a espera toda para assisti-lo, em meio a tantas críticas, valeu a pena. 

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