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[Especial] Cultura japonesa nos games: Desenvolvimento - Pt. 2

A-HÁ! Pensou que não veria mais uma parte do nosso especial tão cedo né? Enganou-se!
Aqui vamos tentar esclarecer melhor o último post e aprofundar sobre questões importantes para o andamento do nosso especial.

Observação importante: O post sobre design trata de apenas UM dos vários elementos que envolvem o desenvolvimento dos jogos, mas era um tema de muita importância, afinal a primeira coisa que vemos... é o que vemos (por mais redundante que seja, é verdade), logo, falar sobre o visual é importante.

Muito bem... você deve se lembrar sobre a comparação que fiz no último post deste especial (caso não lembre ou não tenha visto, GTFO!!! é só aí clicar no link) e, entre as características semelhantes que apontei entre os dois jogos, estava o melhoramento de suas armas e habilidades. Talvez você venha a discordar de alguma forma pois engula essa!, mas esse sistema de melhoramento de armas é uma das influências que vêm do "pensamento japonês" (já falamos disso no primeiro post do especial). Para ajudar a explicação, comparemos, desta vez, os jogos do post anterior (Devil May Cry 3 e God of War) com algum Prince of Persia do bom e finado Playstation 2, usemos o segundo da série: Warrior Within.


Por que a série PoP?

Nada de segredo aqui, isso se deve ao fato da série ter algo em comum tanto a GoW quanto DMC 3: ser um jogo de ação e aventura. Além de poder fazer um upgrade na sua quantidade máxima de vida e magia (no caso, "contêiner" de areias do tempo), os três jogos contam com diferentes tipos de puzzles que devem ser resolvidos para avançar algumas partes do jogo. Agora que já provei alguns pontos em comum entre os jogos, vamos ao que interessa: as armas.

"Por que as armas?" Simples: diferente de GoW e DMC 3, não existe sistema de upgrade individual para cada arma, você mal pode escolhê-las livremente, lembrando que no Warrior Within você encontra as armas secundárias de forma aleatória, seja quebrando apoios ou derrotando inimigos para conseguir suas armas. Outro detalhe importante: estas armas secundárias são descartáveis! (não, não são feitas de plástico, mas porra, são tão sensíveis que devem chorar vendo Friends e dizendo algo como "Porque o  Ross e a Rachel não se acertam?") A parte interessante é que o jogo dá muitas oportunidades de trocar ou ganhar uma arma. "Tá, mas... e daí?" Daí que devemos fazer uma se liga aí que é hora da revisão: lembra que falei sobre o Bushido enquanto explicava as influências do pensamento japonês? Então, basicamente o Bushido (que veio de uma mistura de Xintoísmo, Budismo e Confucionismo) fala, entre muitas outras coisas, sobre a arma como extensão do guerreiro, ou seja, a arma (geralmente, a famosa katana, vulgo "espada japonesa" ou "espada samurai") não era apenas um instrumento, tinha "alma". Além de uma extensão, ela era parte inseparável do guerreiro (em jogos atuais isso se traduz de várias formas, pode ser uma roupa, uma nave, entre muitas outras coisas), representava a sua força interna (já viu algum anime ou jogo em que o herói perde sua arma/veículo/whatever para o inimigo, mas este não consegue usar a arma de forma tão eficaz quanto o herói? Se isso parece muito diferente/inédito/revolucionário pra você, é melhor rever sua infância). Relembrou? "Na verdad..." Ótimo, isso é o que você precisava saber por hora, guarde com carinho.

Seguindo, lembra que falei no começo do parágrafo anterior sobre Warrior Within não ter sistema de upgrade de armas e sobre as armas descartáveis? Podemos dizer, então, que o sistema de melhoramento (upgrade) de armas é de origem japonesa, afinal, você melhora suas armas conforme você ganha "experiência" de batalha, você "cresce" como guerreiro com sua arma. O uso de armas como instrumentos (descartáveis, caso se tornem inúteis) de luta é uma característica mais ocidental, mas, claro, há excessões de ambos os lados (vide GoW, por exemplo).

E mais uma parte do nosso especial de cultura japonesa nos games termina aqui, mas não desanime, ele ainda não terminou. Dúvidas? Comentários? Reclamações? É só deixar aí embaixo nos comentários. Inté.

つづく。。。
(Continua...)

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