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Vem pra rua - Trending Topic


Mais uma vez utilizaremos esse espaço pra falar de um assunto sério: as manifestações que tomaram o Brasil na última semana. O que presenciamos na última semana foi um fato histórico no Brasil: as pessoas usaram a internet como meio (e não fim) de agregar pessoas e SAÍRAM dela para protestar. Pessoas de todas as idades, classes sociais, ocupações e credos uniram-se por meio de eventos no Facebook, organizaram-se e fizeram uma das manifestações mais bonitas que o país já assistiu.



O início - Contra o aumento das tarifas

Tudo começou começou no início do mês quando, após a ocorrência de protestos menores em Porto Alegre e Goiânia, o Movimento Passe Livre (MPL) organizou a primeira manifestação na capital paulista em resposta ao reajuste dos preços das passagens dos ônibus municipais, do metrô e dos trens urbanos de R$ 3,00 para R$ 3,20 ocorrida no dia 2 de junho. 

MPL SP
Desde então, já ocorreram cinco atos (como os organizadores chamam as manifestações), sendo o do 17 de junho, o maior de todos.  Durante os protestos, foram registrados episódios de agressões e abusos por parte dos policiais militares, além de casos pontuais de vandalismo.

Na manhã de 7 de junho, um protesto foi realizado na Estrada do M'Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo, bloqueando uma das faixas no sentido Centro, que seguiu para a avenida Guarapiranga. Ali tiveram início, também, as tentativas de repressão da polícia. Ainda nos primeiros dias do mês, protestos também foram realizados pelo MPL em Pirituba, na Zona Oeste, e no Parque Dom Pedro II, no Centro. No 13 de junho, o protesto começou a tomar grandes proporções, pois mais de cinco mil pessoas se reuniram em pontos importantes da capital, como a Avenida Paulista, para se manifestar contra o aumento das passagens do transporte público municipal. Nesse dia, mais de duzentas pessoas foram presas e outras centenas vítimas de  agressões, tiros de balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio utilizados pelo Batalhão de Choque, causando comoção nacional.

Manifestantes de outras seis capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Maceió, Porto Alegre e Goiânia, também começaram a realizar atos públicos pelos mesmos motivos dos atos de SP, tomando o aumento da passagem do transporte público como estopim para protestar contra o governo e outros problemas sociais.

Por Rhavi de Carvalho
No Rio de Janeiro, mais de duas mil pessoas se concentraram em ruas do centro da cidade. 

Em Goiânia, os protestos foram motivados por uma ação judicial do PROCON local para que o valor da passagem de ônibus (R$ 3) retornasse ao valor antigo (R$ 2,7). 

Em Porto Alegre, as manifestações conseguiram fazer com que o poder público recuasse no aumento das tarifas, com uma liminar do Ministério Público mantendo a passagem a R$2,85, sem aumento de R$0,20. 

Em Niterói, mais de duas mil pessoas protestaram pela diminuição do preço da passagem de ônibus durante o dia e entraram em confronto com a polícia à noite.

Em Brasília, cerca de 500 pessoas se reuniram na entrada do estádio Mané Garrincha, no dia do jogo de estréia da Copa das Confederações, para protestar contra o uso de verba pública para a realização Copa do Mundo de 2014. A polícia isolou o protesto e o BOPE fez um cordão de isolamento separando os manifestantes dos torcedores que chegavam para a partida. Durante confronto com os manifestantes, o Batalhão de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha. Segundo a Polícia Militar, oito policiais foram feridos por pedradas, e oito manifestantes foram detidos e encaminhados a um DP próximo ao estádio. Dois manifestantes foram atingidas por tiros de bala de borracha, e um chegou a ser encaminhado para um hospital.

Em Minas Gerais, o Tribunal de Justiça proibiu manifestações de qualquer tipo que interditassem as vias urbanas em todos os municípios do estado durante a Copa das Confederações. A princípio, a decisão valia apenas para o entorno do estádio Mineirão em diversos dias, três dos quais (17, 22 e 26 de junho) coincidem com a data de jogos da copa no estádio. Uma multa de R$ 500 mil foi fixada para os sindicatos, caso esses descumprissem a decisão, o que não impediu que 12 mil pessoas se reunissem na tarde do dia 17 de junho na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, e fechassem duas avenidas da cidade.


No dia 17 de junho, as manifestações se intensificaram em grandes cidades do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória, Salvador, Curitiba, Fortaleza, Vila Velha, Bauru e outras importantes cidades uniram-se e levaram mais de 250 mil pessoas para as ruas para protestas contra a situação atual do país.

Bauru, por Jéssica Mobílio
Rio de Janeiro, por Fabio Motta/Estadão
São Paulo, por Tiago Queiroz/Estadão
Brasília, por Fabiano Costa/G1
Em São Paulo, onde reuniram-se mais de 65 mil pessoas, a manifestação foi pacífica. No entanto, no Rio de Janeiro, em Brasília e Belo Horizontes, as coisas saíram do controle e houve episódios de vandalismo.

A mídia e os protestos

Não foi nada surpreendente quando, de início, as mídias tradicionais assumiram uma postura contrária aos movimentos, dizendo que os manifestantes não passavam de vândalos e a movimentação era inútil, além de exaltar a ação policial. A situação só mudou quando, em meio aos protestos, jornalistas da grande mídia começaram a ser vítimas da repressão policial. Somente a Folha de São Paulo teve 15 de jornalistas feridos, sendo o mais grave dos casos o da repórtes Giuliana Vallone, atingida por um tiro de borracha em seu olho esquerdo. O repórter da Globo, Caco Barcellos, da equipe do programa Profissão Repórter, foi expulso com as pessoas gritando "a Globo é mentirosa" por um grupo de manifestantes que se concentravam no largo da Batata, zona oeste de São Paulo no dia 17 de junho. Depois do ocorrido, outros jornalistas da emissora passaram a usar microfones e equipamentos sem o logotipo da emissora.

No dia 17 de junho, os protesto finalmente atingiram a mídia internacional, ganhando destaque em veículos como o The New York TimesThe GuardianBBCEl PaísClarín,  Le Figaro e Le Monde.

Já na internet, a história foi bem diferente. Desde o início dos protestos, só multiplicaram-se o número de páginas voltadas à cobertura dos atos, seja por meio de tweets, fotos ou vídeos. As redes sociais mostraram sua força ao exibir ao restante de população aquilo que a TV e os grandes jornais evitavam mostrar: as agressões sofridas pelos manifestantes e os gritos de paz das multidões.

Além da cobertura em tempo real, a internet também fez sua parte através da divulgação de memes.










Sem esquecer, é claro, das invasões à sites e redes sociais de políticos, revistas, partidos e secretarias de governo.

Instagram da presidente Dilma
Site da Secretaria de Educação de São Paulo
Twitter da Revista Veja
#protesto

Nas redes sociais também surgiram diversas hashtags relacionadas aos protestos, como #changebrasil, #VerásQueUmFilhoTeuNãoFogeALuta, #protestosp, #PrimaveraBrasileira, #OGiganteAcordou e #BrasilAcordou.

Para o próximo dia 20, está programado um ato nacional em apoio à SP. Várias cidades já tem manifestações programadas. Quer participar? Escolha a cidade mais próxima a você, faça seu cartaz e #vemprarua!


Acompanhe as manifestações:

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#facebook - Trending Topic


Demorou mas enfim vai se tornar realidade, para alegria de alguns e desespero de outros: o Facebook ganhará suporte a #hashtags. De forma gradual a partir de hoje, um bilhão de usuários terão acesso à função, que funciona há algum tempo no Twitter, Instagram e Google+. 

Segundo um post divulgado no Newsroom do Facebook por Greg Lindley (gerente de produto da rede social) as hashtags se tornarão clicáveis, servindo como forma de agrupar discussões em torno de um mesmo tópico.
A partir de hoje, hashtags serão clicáveis no Facebook. Semelhante a outros serviços como o Instagram, Twitter, Tumblr ou Pinterest, hashtags no Facebook permitem que você adicione contexto a um post ou indique que ele é parte de uma discussão maior. Quando você clicar em uma hashtag no Facebook, você verá um feed do que as outras pessoas e páginas estão dizendo sobre esse evento ou tópico.

Agora você pode:

• Buscar de uma hashtag específica em sua barra de pesquisa. Por exemplo:  #NBAFinals.

• Clicar em hashtags que se originam em outros serviços, como o Instagram.

• Compor mensagens diretamente a partir do feed de hashtags e resultados de pesquisa. 
Como sempre, você controla a audiência para suas mensagens, incluindo aquelas com hashtags.

Hashtags são apenas o primeiro passo para ajudar as pessoas a descobrir mais facilmente o que os outros estão dizendo sobre um tema específico e participar de conversas públicas. Nós vamos continuar a lançar mais recursos nas próximas semanas e meses, incluindo hashtags tendência [a.k.a Trending Topics] e insights mais profundos, que ajudam as pessoas a descobrir mais de conversas do mundo.
Até então o Facebook era a grande exceção dentre as redes sociais, já que não oferecia suporte ao recurso. Mas o cenário mudou. A pergunta que fica é: por quê a demora? Como aponta o jornalista John Herrman no BuzzFeed, o grande obstáculo à adoção das hashtags pela rede social de Mark Zuckerberg era o fato delas tornarem os posts públicos realmente públicos. Ao clicar numa delas, você é direcionado para uma lista que agrupa os posts com a mesma hashtag: possibilitando que mais para pessoas, além da sua lista de amigos curtam e comentem o que você publica. Se a adoção não fosse bem pensada, poderia dar margem a mais um escândalo sobre privacidade envolvendo a rede social.

E por que adotá-las agora? O Facebook talvez tenha enxergado que estava perdendo espaço na divulgação de informação em tempo real, o que para os anunciantes poderia significar a perda de um público mais engajado com a rede social. E quando se fala em perder anunciantes, os empresário piram, né? Afinal, menos anunciantes significam menos dinheiro em caixa.

Então fique atento na próxima vez que usar alguma #hashtag no Facebook, você pode ser um dos sortudos/infortunados pela novidade. Agora resta saber se as pessoas irão usar as hashtags de maneira correta ou se o Facebook vai virar um mar de pessoas em busca de likes e shares (não que já não seja).

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E3 2013: Lightning Returns Final Fantasy XIII


Toda E3, gamers de todo mundo podem contar com uma coisa: a Square-Enix vai inventar os maiores e mais bizarros nomes que conseguir só para complicar a vida de todos (Dream Drop Distance, A Realm Reborn, Dissidia Duodecim vêm a mente no momento). Lightning Returns Final Fantasy XIII é o terceiro (e último) capítulo da saga de Lightning e companhia e, apesar de ter ficado na sombra de anúncios como Final Fantasy XV e Kingdom Hearts III, parece ser uma ótima maneira de concluir a presença de Final Fantasy na geração atual.

A história começa 500 anos depois do fim de Final Fantasy XIII-2 quando o mundo está a apenas... 13... dias do seu fim quando forças malignas começam a dominar o mundo e corromper tudo que encontram. É nesse momento que Lightning acorda de seu cochilo emprisionamento em um cristal para ser basicamente um messias durante o apocalipse. Isso mesmo, Lightning acaba de virar Jesus.O cenário é interessante, mas assim como XIII e XIII-2 a história vem embrulhada em termosbizarros e alienígenas (Bhunizelve, La'cie, Chaos, Nova Chrysalia, Schema), o que pode afastar novos jogadores. O que é extremamente triste, porque o gameplay do novo título é extremamente refrescante.

Amando ou odiando o sistema de batalha não é possivel dizer que ele não foi inovador e XIII-3 (já estou cansado de escrever esses nomes) dá um passo a frente no que diz respeito a velocidade de combate. Os menus e o encadeamento de ações vão embora, o que temos agora é um sistema semelhante ao da série Tales: habilidades são designadas para cada botão frontal do controle, com um deles sendo responsável para bloquear os ataques inimigos.

Obviamente o sistema não é tão simples e exige um pouco mais de estratégia, quando Lightning realiza uma ação ela gasta sua barra de AP, que enche com o tempo, quando essa barra se esvazia o jogador pode mudar o Schema que rege as ações da heroína e acessar uma roda completamente diferente de ações e, mais importante, uma barra de AP cheia. O resultado é um vai e vem constante entre os Schemas o que é algo extremamente divertido, principalmente quando se esta assistindo as animações belíssimas de Lightning. Alguns fãs da série talvez fiquem felizes em saber que as roupas de Lightning mudam com as mudanças de Schema, algo semelhante as dresspheres de Final Fantasy X-2

Aliás é importante ressaltar como a Square ainda consegue fazer LR FF XIII (fica ridículo até abreviado) parecer lindo mesmo com a nova geração mostrando toda a sua beleza logo do lado. Outro ponto a ser lembrado é a música que continua tão bem orquestrada quanto nos dois últimos títulos da série, vale a pena prestar a tenção.

O Retorno do Trovão, a Fantasia Final Treze Lightning Returns me pegou de surpreso e é com certeza um dos melhores exemplos de como se terminar uma geração. Só espero não ter que escrever nada sobre "Final Fantasy XV-2.5 Remix: Lumina Noctis" no futuro. Por favor Square, títulos simples. Lightning deve chegar nos consoles, 360 e PS3, em Fevereiro de 2014, um perigo já que muitos gamers já podem ter mudado seu "Schema" para a próxima geração. Entendeu? Schema? Do jogo?


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E3 2013: Sonic Lost Worlds (3DS/WiiU)



Quem diria! É só isso que consigo pensar quando penso que as antigas rivais Sega e Nintendo se juntariam com um acordo de exclusividade como esse. E pelo demo disponível no estande da Sega na E3, Sonic Galaxy Lost Worlds pode muito bem ser um dos exclusivos mais importantes do pobre e já defasado WiiU. Primeiramente queria deixar claro que todas as observações desse preview são validas para ambas as versões, as fases disponíveis no demo eram bem similares, com óbvias mudanças gráficas para compensar a diferença de processamento entre os dois equipamentos

Desde que o primeiro video de Lost Worlds foi revelado as comparações com Mario Galaxy surgiram, e elas são reafirmadas jogando o demo. As fases são divididas em pequenas seções, basicamente como os planetas de Galaxy e o jogador pode explora-los de duas formas, andando vagarosamente e procurando todos os segredos ou, a opção mais óbvia quando pensamos na série em questão, correr como um retardado e esperar que tudo de certo no final. Uma das maiores qualidades dos Sonic's clássicos eram os caminhos múltiplos que podiam ser tomados para chegar ao fim da fase, e fãs podem ficar tranquilos, nos poucos minutos jogados eu encontrei muitos caminhos diferentes: "Eu poderia ir reto nessa direção, mas o que será que tem no lado ´debaixo´desse planeta?". A lógica se repete durante boa parte do gameplay.

Existe uma outra "mecânica" que faz a transição entre os mundos do encanador e do ouriço, cogumelos. Não, brincadeirinha. Sabe como em Galaxy  os mundos vão além do clássico "mundo de fogo", "mundo de gelo", "deserto"? Lost Worlds faz a mesma coisa. É claro que faz. Duh. Um exemplo foi o segundo nível mostrado no demo, que, apesar de estar em uma área chamada de "Deserto" era inteiro baseado em doces. Porque obviamente essa é a primeira coisa que vem a mente quando se pensa em deserta, canhões que atiram trufas.

Saindo um pouco do design vamos falar sobre os controles. Lost Worlds controla surpreendentemente bem para um Sonic em três dimensões, e se afasta bastante da jogabilidade de títulos passados como Unleashed ou Generations. Quando você move seu analógico o ouriço vai caminhar em uma velocidade normal, segurando o Trigger direito ele começa a correr. Não só isso, quando Sonic corre ele também nos mostra uma de suas novas habilidades, parkour: se você correr de frente com uma arvore por exemplo em vez de simplesmente esbarrar com o objeto e perder velocidade o personagem vai escalar e pular o obstáculo, uma mecânica que deixa tudo muito mais fluído e, como necessário para um jogo do mascote da Sega, rápido. Outra habilidade, que na verdade é uma herança de Sonic Colors, são os Wisps, que o jogador pode juntar e depois usar como habilidades que variam de teleportes a um furacão que destrói inimigos e partes do cenário.

No fim das contas Sonic Lost Worlds me deixou com um belo sorriso na cara e deve animar os fãs da série, nem que seja pela nostalgia (lembra das jaulas que você explodia para libertar os bichinhos no fim de cada fase? Elas voltaram). Não só isso mas a Nintendo parece ter acertado a mão com esse acordo de exclusividade que pode aumentar o número de usuários de WiiU. Sonic Lost Worlds tem previsão de lançamento para Outubro de 2013 para WiiU e 3DS.

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Mundo Gamer ep. 44 - Despedidas, HUEHUEBR e Humble Crazy Bundle



Nesse Mundo Gamer 44 trazemos a despedida daqueles que estão partindo e a inauguração da nova equipe, com apresentação de Pedro "Lennon" Zambon e participação de Felipe "Bagaço", Caio Chagas e Helena "Tróia". Neste programa você vai conhecer a E3 londrina hipster , a bondade florescendo no coração da EA, a infâmia do gamer brasileiro e o que há de bom no mais insano dos humble indie bundle. 

Pergunta da semana para concorrer a um Humble Indie Bundle 8: - Qual dos jogos do Humble Bundle é o mais insano e porque?

Comentado nesse episódio

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"O Motivo" para ler Patrick Ness

Patrick Ness é o autor da série e também jornalista do The Guardian
nas horas vagas.
Conhecer os pensamentos dos outros sempre parece uma boa idéia em filmes e livros. SEMPRE! Você sabe sobre segredos, vasculha o passado do seu melhor amigo e em algum momento, alguém descobre seu poder super secreto. 

Mas não é assim em ‘O Motivo’ (no original, ‘The Knife of Never Letting Go’, e eu ainda não entendi o motivo do título em português) do escritor americano Patrick Ness. Até porque, Todd Hewitt, nosso protagonista de 12 anos, não tem amigos. Ele é a última criança da cidade de Prentissburgo e tem como único companheiro Manchee, um cachorro que o menino nunca quis. E não menos importante, o ruído. 

Em Prentissburgo, todos os habitantes tem o poder (que está mais para uma maldição) de ouvir o pensamento dos outros. A explicação? Uma guerra entre a raça alienígena do planeta e os homens que chegaram para colonizar o Novo Mundo, além de uma bactéria disseminada pelos primeiros. Mas nada disso explica a ausência das mulheres da cidade e o ruído assustador que cada morador produz, com um tom de fúria, medo e morte. O ruído que devo dizer é belamente ilustrado na versão em inglês.

Ruído ilustrado na versão em inglês. 

Todd espera entender a história de Prentissburgo (e ser um homenzinho, como ele mesmo diz) em 30 dias, quando completa 13 anos. A questão é que Prentissburgo é a única cidade do Novo Mundo e só os homens restantes são amaldiçoados (pelo que parece ser uma praga).

O problema é que Todd descobre um lugar no pântano em que os ruídos dos animais e dos homens são anulados por um silêncio desconhecido que assume a forma de uma garota. Mas ele nunca viu uma. Porque elas não deveriam existir no Novo Mundo.

Primeira nota, leitor, esse é um livro juvenil. Mas com uma dose maior de violência do que esperava de um livro do gênero. É uma distopia interplanetária (HA!) que mostra que nem tudo pode ser perfeito num novo mundo. A série ‘Mundo em Caos’, dividida em três partes, apresenta um universo em que as pessoas passaram a viver uma vida de sobrevivência, sem grandes esperanças de mudança. 

Todd Hewitt encontra outras pessoas pelo Novo Mundo. Inclusive, crianças e mulheres. Cidades inteiras. Mas também descobre que Prentissburgo é o lugar mais odiado e que talvez, ele também carregue um pouco desse ódio.

Motivo para não ler: O português coloquial? Como Todd é semianalfabeto e o livro reflete todo o ruído da mente dele, isso pode incomodar alguns. O ritmo corrido, que entrega a história aos poucos e geralmente com um choque (de raiva ou alegria) pode não agradar a todos. Até porque, os momentos de calmaria são poucos. O livro não acaba por aí e existem mais dois volumes (com a mesma intensidade e número de páginas, pense nisso!).

Motivo para ler: O ritmo. A forma como o Novo Mundo é descrito, num lugar que tem toda a atmosfera de planeta Terra, mas na verdade, acontece num futuro distante e não-promissor. Todd é um personagem que passa de profundamente odiável para querido com as pequenas atitudes. É engraçado ver como ele ‘cresce’, mas na visão dos outros ainda não é um homem. Ah! E tem o fator de que o filme sai em 2014 e por que não ler antes de sair a adaptação?