Dead Space foi por muito tempo a franquia que se consagrou como o Resident Evil dessa geração, então vocês podem imaginar meu desespero quando nos primeiros minutos de Dead Space 3 eu estava me agachando e atirando em pessoas com armas em uma cidade, e não no espaço gritando e correndo de zumbis alienígenas. Mas a minha tristeza sumiu bem rápido, depois da decepção inicial Dead Space 3 me deixou paranoico e desesperado. Missão cumprida.
O jogo começa com Isaac sendo arrastado para mais um lugar cheio de Necromorphs, Tau Volantis, um planeta congelado em um ponto remoto da galáxia e coincidentemente o planeta de origem dos Markers, aqueles obeliscos gigantes que deixaram ele louco e transformam as pessoas em zumbis. É nesse planeta que nosso engenheiro favorito pretende descobrir como desligar os Markers e salvar a humanidade para sempre. Isso tudo enquanto ele é perseguido pelos "Unitologistas", um grupo de religiosos que consideram a transformação em Necromoprh uma evolução. Durante sua jornada Isaac Clarke vai encontrar detalhes sobre a história do planeta e dos Markers, em forma de relatórios e diários espalhados pelo cenário. Apesar de serem meio monótonas no início, essas informações adicionais ficam muito interessantes nas últimas horas do jogo.

Falando em monstros, os inimigos de Dead Space 3 conseguem ser mais grotescos e bizarros do que nunca, eles são mais "humanos" do que nos jogos anteriores, o que acabou deixando a aparência dos coitados mais revoltante do que nunca. Outra mudança é a velocidade dos Necros, eles estão bem mais rápidos, o que pode causar alguns momentos de desespero quando eles aparecem em grandes números. Apesar de algumas coisas terem mudado, a mecânica principal continua sendo a mesma, atirar nos braços e pernas é a prioridade aqui. "Perna, perna, braço. Perna, perna, AAAAH PORQUE TEM UM ATRÁS DE MIM? POR QUE????!!!!!!"
Desde o anúncio do terceiro jogo da franquia, a EA foi criticada por algumas adições que foram anunciadas para o título, principalmente o novo modo cooperativo, um sistema de criação de armas e microtransações. Enquanto as duas primeiras novidades podiam acabar com o aspecto de terror da franquia a terceira é... é só maldade mesmo, não posso nem defender o jogo aqui. Mas os fãs de terror podem ficar tranquilos, o modo cooperativo é completamente dispensável; existem alguns desafios exclusivos para dois jogadores espalhados pelo jogo, mas novamente, são dispensáveis. O modo de criação de armas é um brinquedo interessante por um certo tempo, mas a maioria das criações mais absurdas não são nem um pouco úteis e vale mais a pena investir no bom e velho Plasma Cutter.
Uma outra novidade foi uma surpresa extremamente agradável: side-quests. Uma vez ou outra os colegas de missão de Isaac podem avisar sobre um área a ser explorada, essas missões são opcionais e normalmente recompensam o jogador com novos módulos para customização das armas e as histórias mais malucas e aterrorizantes que Dead Space pode oferecer. Algumas podem passar despercebidas, então sempre dê uma olhada nas suas missões antes de prosseguir com a história principal, ou você pode se arrepender.
Sim ou Não?
Sim. A Visceral Game conseguiu melhorar mais uma vez o que já era um ótimo jogo; você ainda vai desmembrar Necromorphs desesperadamente enquanto tenta recuperar sua vida, nisso quase nada mudou, mas a história de Tau Volantis e o mistério dos Markers deixam o jogo muito mais intrigante e é difícil largar o controle depois das primeiras horas. Dead Space 3 ainda tem suas falhas, alguns tiroteios contra Unitologistas tiram o jogador da tensão de sempre e o modo de criação de armas poderia ser mais útil, mas esses defeitos quase não afetam a experiência final.
Felipe Navarro
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