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Vem pra rua - Trending Topic


Mais uma vez utilizaremos esse espaço pra falar de um assunto sério: as manifestações que tomaram o Brasil na última semana. O que presenciamos na última semana foi um fato histórico no Brasil: as pessoas usaram a internet como meio (e não fim) de agregar pessoas e SAÍRAM dela para protestar. Pessoas de todas as idades, classes sociais, ocupações e credos uniram-se por meio de eventos no Facebook, organizaram-se e fizeram uma das manifestações mais bonitas que o país já assistiu.



O início - Contra o aumento das tarifas

Tudo começou começou no início do mês quando, após a ocorrência de protestos menores em Porto Alegre e Goiânia, o Movimento Passe Livre (MPL) organizou a primeira manifestação na capital paulista em resposta ao reajuste dos preços das passagens dos ônibus municipais, do metrô e dos trens urbanos de R$ 3,00 para R$ 3,20 ocorrida no dia 2 de junho. 

MPL SP
Desde então, já ocorreram cinco atos (como os organizadores chamam as manifestações), sendo o do 17 de junho, o maior de todos.  Durante os protestos, foram registrados episódios de agressões e abusos por parte dos policiais militares, além de casos pontuais de vandalismo.

Na manhã de 7 de junho, um protesto foi realizado na Estrada do M'Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo, bloqueando uma das faixas no sentido Centro, que seguiu para a avenida Guarapiranga. Ali tiveram início, também, as tentativas de repressão da polícia. Ainda nos primeiros dias do mês, protestos também foram realizados pelo MPL em Pirituba, na Zona Oeste, e no Parque Dom Pedro II, no Centro. No 13 de junho, o protesto começou a tomar grandes proporções, pois mais de cinco mil pessoas se reuniram em pontos importantes da capital, como a Avenida Paulista, para se manifestar contra o aumento das passagens do transporte público municipal. Nesse dia, mais de duzentas pessoas foram presas e outras centenas vítimas de  agressões, tiros de balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio utilizados pelo Batalhão de Choque, causando comoção nacional.

Manifestantes de outras seis capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Maceió, Porto Alegre e Goiânia, também começaram a realizar atos públicos pelos mesmos motivos dos atos de SP, tomando o aumento da passagem do transporte público como estopim para protestar contra o governo e outros problemas sociais.

Por Rhavi de Carvalho
No Rio de Janeiro, mais de duas mil pessoas se concentraram em ruas do centro da cidade. 

Em Goiânia, os protestos foram motivados por uma ação judicial do PROCON local para que o valor da passagem de ônibus (R$ 3) retornasse ao valor antigo (R$ 2,7). 

Em Porto Alegre, as manifestações conseguiram fazer com que o poder público recuasse no aumento das tarifas, com uma liminar do Ministério Público mantendo a passagem a R$2,85, sem aumento de R$0,20. 

Em Niterói, mais de duas mil pessoas protestaram pela diminuição do preço da passagem de ônibus durante o dia e entraram em confronto com a polícia à noite.

Em Brasília, cerca de 500 pessoas se reuniram na entrada do estádio Mané Garrincha, no dia do jogo de estréia da Copa das Confederações, para protestar contra o uso de verba pública para a realização Copa do Mundo de 2014. A polícia isolou o protesto e o BOPE fez um cordão de isolamento separando os manifestantes dos torcedores que chegavam para a partida. Durante confronto com os manifestantes, o Batalhão de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha. Segundo a Polícia Militar, oito policiais foram feridos por pedradas, e oito manifestantes foram detidos e encaminhados a um DP próximo ao estádio. Dois manifestantes foram atingidas por tiros de bala de borracha, e um chegou a ser encaminhado para um hospital.

Em Minas Gerais, o Tribunal de Justiça proibiu manifestações de qualquer tipo que interditassem as vias urbanas em todos os municípios do estado durante a Copa das Confederações. A princípio, a decisão valia apenas para o entorno do estádio Mineirão em diversos dias, três dos quais (17, 22 e 26 de junho) coincidem com a data de jogos da copa no estádio. Uma multa de R$ 500 mil foi fixada para os sindicatos, caso esses descumprissem a decisão, o que não impediu que 12 mil pessoas se reunissem na tarde do dia 17 de junho na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, e fechassem duas avenidas da cidade.


No dia 17 de junho, as manifestações se intensificaram em grandes cidades do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória, Salvador, Curitiba, Fortaleza, Vila Velha, Bauru e outras importantes cidades uniram-se e levaram mais de 250 mil pessoas para as ruas para protestas contra a situação atual do país.

Bauru, por Jéssica Mobílio
Rio de Janeiro, por Fabio Motta/Estadão
São Paulo, por Tiago Queiroz/Estadão
Brasília, por Fabiano Costa/G1
Em São Paulo, onde reuniram-se mais de 65 mil pessoas, a manifestação foi pacífica. No entanto, no Rio de Janeiro, em Brasília e Belo Horizontes, as coisas saíram do controle e houve episódios de vandalismo.

A mídia e os protestos

Não foi nada surpreendente quando, de início, as mídias tradicionais assumiram uma postura contrária aos movimentos, dizendo que os manifestantes não passavam de vândalos e a movimentação era inútil, além de exaltar a ação policial. A situação só mudou quando, em meio aos protestos, jornalistas da grande mídia começaram a ser vítimas da repressão policial. Somente a Folha de São Paulo teve 15 de jornalistas feridos, sendo o mais grave dos casos o da repórtes Giuliana Vallone, atingida por um tiro de borracha em seu olho esquerdo. O repórter da Globo, Caco Barcellos, da equipe do programa Profissão Repórter, foi expulso com as pessoas gritando "a Globo é mentirosa" por um grupo de manifestantes que se concentravam no largo da Batata, zona oeste de São Paulo no dia 17 de junho. Depois do ocorrido, outros jornalistas da emissora passaram a usar microfones e equipamentos sem o logotipo da emissora.

No dia 17 de junho, os protesto finalmente atingiram a mídia internacional, ganhando destaque em veículos como o The New York TimesThe GuardianBBCEl PaísClarín,  Le Figaro e Le Monde.

Já na internet, a história foi bem diferente. Desde o início dos protestos, só multiplicaram-se o número de páginas voltadas à cobertura dos atos, seja por meio de tweets, fotos ou vídeos. As redes sociais mostraram sua força ao exibir ao restante de população aquilo que a TV e os grandes jornais evitavam mostrar: as agressões sofridas pelos manifestantes e os gritos de paz das multidões.

Além da cobertura em tempo real, a internet também fez sua parte através da divulgação de memes.










Sem esquecer, é claro, das invasões à sites e redes sociais de políticos, revistas, partidos e secretarias de governo.

Instagram da presidente Dilma
Site da Secretaria de Educação de São Paulo
Twitter da Revista Veja
#protesto

Nas redes sociais também surgiram diversas hashtags relacionadas aos protestos, como #changebrasil, #VerásQueUmFilhoTeuNãoFogeALuta, #protestosp, #PrimaveraBrasileira, #OGiganteAcordou e #BrasilAcordou.

Para o próximo dia 20, está programado um ato nacional em apoio à SP. Várias cidades já tem manifestações programadas. Quer participar? Escolha a cidade mais próxima a você, faça seu cartaz e #vemprarua!


Acompanhe as manifestações:

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#facebook - Trending Topic


Demorou mas enfim vai se tornar realidade, para alegria de alguns e desespero de outros: o Facebook ganhará suporte a #hashtags. De forma gradual a partir de hoje, um bilhão de usuários terão acesso à função, que funciona há algum tempo no Twitter, Instagram e Google+. 

Segundo um post divulgado no Newsroom do Facebook por Greg Lindley (gerente de produto da rede social) as hashtags se tornarão clicáveis, servindo como forma de agrupar discussões em torno de um mesmo tópico.
A partir de hoje, hashtags serão clicáveis no Facebook. Semelhante a outros serviços como o Instagram, Twitter, Tumblr ou Pinterest, hashtags no Facebook permitem que você adicione contexto a um post ou indique que ele é parte de uma discussão maior. Quando você clicar em uma hashtag no Facebook, você verá um feed do que as outras pessoas e páginas estão dizendo sobre esse evento ou tópico.

Agora você pode:

• Buscar de uma hashtag específica em sua barra de pesquisa. Por exemplo:  #NBAFinals.

• Clicar em hashtags que se originam em outros serviços, como o Instagram.

• Compor mensagens diretamente a partir do feed de hashtags e resultados de pesquisa. 
Como sempre, você controla a audiência para suas mensagens, incluindo aquelas com hashtags.

Hashtags são apenas o primeiro passo para ajudar as pessoas a descobrir mais facilmente o que os outros estão dizendo sobre um tema específico e participar de conversas públicas. Nós vamos continuar a lançar mais recursos nas próximas semanas e meses, incluindo hashtags tendência [a.k.a Trending Topics] e insights mais profundos, que ajudam as pessoas a descobrir mais de conversas do mundo.
Até então o Facebook era a grande exceção dentre as redes sociais, já que não oferecia suporte ao recurso. Mas o cenário mudou. A pergunta que fica é: por quê a demora? Como aponta o jornalista John Herrman no BuzzFeed, o grande obstáculo à adoção das hashtags pela rede social de Mark Zuckerberg era o fato delas tornarem os posts públicos realmente públicos. Ao clicar numa delas, você é direcionado para uma lista que agrupa os posts com a mesma hashtag: possibilitando que mais para pessoas, além da sua lista de amigos curtam e comentem o que você publica. Se a adoção não fosse bem pensada, poderia dar margem a mais um escândalo sobre privacidade envolvendo a rede social.

E por que adotá-las agora? O Facebook talvez tenha enxergado que estava perdendo espaço na divulgação de informação em tempo real, o que para os anunciantes poderia significar a perda de um público mais engajado com a rede social. E quando se fala em perder anunciantes, os empresário piram, né? Afinal, menos anunciantes significam menos dinheiro em caixa.

Então fique atento na próxima vez que usar alguma #hashtag no Facebook, você pode ser um dos sortudos/infortunados pela novidade. Agora resta saber se as pessoas irão usar as hashtags de maneira correta ou se o Facebook vai virar um mar de pessoas em busca de likes e shares (não que já não seja).

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E3 2013: Lightning Returns Final Fantasy XIII


Toda E3, gamers de todo mundo podem contar com uma coisa: a Square-Enix vai inventar os maiores e mais bizarros nomes que conseguir só para complicar a vida de todos (Dream Drop Distance, A Realm Reborn, Dissidia Duodecim vêm a mente no momento). Lightning Returns Final Fantasy XIII é o terceiro (e último) capítulo da saga de Lightning e companhia e, apesar de ter ficado na sombra de anúncios como Final Fantasy XV e Kingdom Hearts III, parece ser uma ótima maneira de concluir a presença de Final Fantasy na geração atual.

A história começa 500 anos depois do fim de Final Fantasy XIII-2 quando o mundo está a apenas... 13... dias do seu fim quando forças malignas começam a dominar o mundo e corromper tudo que encontram. É nesse momento que Lightning acorda de seu cochilo emprisionamento em um cristal para ser basicamente um messias durante o apocalipse. Isso mesmo, Lightning acaba de virar Jesus.O cenário é interessante, mas assim como XIII e XIII-2 a história vem embrulhada em termosbizarros e alienígenas (Bhunizelve, La'cie, Chaos, Nova Chrysalia, Schema), o que pode afastar novos jogadores. O que é extremamente triste, porque o gameplay do novo título é extremamente refrescante.

Amando ou odiando o sistema de batalha não é possivel dizer que ele não foi inovador e XIII-3 (já estou cansado de escrever esses nomes) dá um passo a frente no que diz respeito a velocidade de combate. Os menus e o encadeamento de ações vão embora, o que temos agora é um sistema semelhante ao da série Tales: habilidades são designadas para cada botão frontal do controle, com um deles sendo responsável para bloquear os ataques inimigos.

Obviamente o sistema não é tão simples e exige um pouco mais de estratégia, quando Lightning realiza uma ação ela gasta sua barra de AP, que enche com o tempo, quando essa barra se esvazia o jogador pode mudar o Schema que rege as ações da heroína e acessar uma roda completamente diferente de ações e, mais importante, uma barra de AP cheia. O resultado é um vai e vem constante entre os Schemas o que é algo extremamente divertido, principalmente quando se esta assistindo as animações belíssimas de Lightning. Alguns fãs da série talvez fiquem felizes em saber que as roupas de Lightning mudam com as mudanças de Schema, algo semelhante as dresspheres de Final Fantasy X-2

Aliás é importante ressaltar como a Square ainda consegue fazer LR FF XIII (fica ridículo até abreviado) parecer lindo mesmo com a nova geração mostrando toda a sua beleza logo do lado. Outro ponto a ser lembrado é a música que continua tão bem orquestrada quanto nos dois últimos títulos da série, vale a pena prestar a tenção.

O Retorno do Trovão, a Fantasia Final Treze Lightning Returns me pegou de surpreso e é com certeza um dos melhores exemplos de como se terminar uma geração. Só espero não ter que escrever nada sobre "Final Fantasy XV-2.5 Remix: Lumina Noctis" no futuro. Por favor Square, títulos simples. Lightning deve chegar nos consoles, 360 e PS3, em Fevereiro de 2014, um perigo já que muitos gamers já podem ter mudado seu "Schema" para a próxima geração. Entendeu? Schema? Do jogo?


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E3 2013: Sonic Lost Worlds (3DS/WiiU)



Quem diria! É só isso que consigo pensar quando penso que as antigas rivais Sega e Nintendo se juntariam com um acordo de exclusividade como esse. E pelo demo disponível no estande da Sega na E3, Sonic Galaxy Lost Worlds pode muito bem ser um dos exclusivos mais importantes do pobre e já defasado WiiU. Primeiramente queria deixar claro que todas as observações desse preview são validas para ambas as versões, as fases disponíveis no demo eram bem similares, com óbvias mudanças gráficas para compensar a diferença de processamento entre os dois equipamentos

Desde que o primeiro video de Lost Worlds foi revelado as comparações com Mario Galaxy surgiram, e elas são reafirmadas jogando o demo. As fases são divididas em pequenas seções, basicamente como os planetas de Galaxy e o jogador pode explora-los de duas formas, andando vagarosamente e procurando todos os segredos ou, a opção mais óbvia quando pensamos na série em questão, correr como um retardado e esperar que tudo de certo no final. Uma das maiores qualidades dos Sonic's clássicos eram os caminhos múltiplos que podiam ser tomados para chegar ao fim da fase, e fãs podem ficar tranquilos, nos poucos minutos jogados eu encontrei muitos caminhos diferentes: "Eu poderia ir reto nessa direção, mas o que será que tem no lado ´debaixo´desse planeta?". A lógica se repete durante boa parte do gameplay.

Existe uma outra "mecânica" que faz a transição entre os mundos do encanador e do ouriço, cogumelos. Não, brincadeirinha. Sabe como em Galaxy  os mundos vão além do clássico "mundo de fogo", "mundo de gelo", "deserto"? Lost Worlds faz a mesma coisa. É claro que faz. Duh. Um exemplo foi o segundo nível mostrado no demo, que, apesar de estar em uma área chamada de "Deserto" era inteiro baseado em doces. Porque obviamente essa é a primeira coisa que vem a mente quando se pensa em deserta, canhões que atiram trufas.

Saindo um pouco do design vamos falar sobre os controles. Lost Worlds controla surpreendentemente bem para um Sonic em três dimensões, e se afasta bastante da jogabilidade de títulos passados como Unleashed ou Generations. Quando você move seu analógico o ouriço vai caminhar em uma velocidade normal, segurando o Trigger direito ele começa a correr. Não só isso, quando Sonic corre ele também nos mostra uma de suas novas habilidades, parkour: se você correr de frente com uma arvore por exemplo em vez de simplesmente esbarrar com o objeto e perder velocidade o personagem vai escalar e pular o obstáculo, uma mecânica que deixa tudo muito mais fluído e, como necessário para um jogo do mascote da Sega, rápido. Outra habilidade, que na verdade é uma herança de Sonic Colors, são os Wisps, que o jogador pode juntar e depois usar como habilidades que variam de teleportes a um furacão que destrói inimigos e partes do cenário.

No fim das contas Sonic Lost Worlds me deixou com um belo sorriso na cara e deve animar os fãs da série, nem que seja pela nostalgia (lembra das jaulas que você explodia para libertar os bichinhos no fim de cada fase? Elas voltaram). Não só isso mas a Nintendo parece ter acertado a mão com esse acordo de exclusividade que pode aumentar o número de usuários de WiiU. Sonic Lost Worlds tem previsão de lançamento para Outubro de 2013 para WiiU e 3DS.

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Mundo Gamer ep. 44 - Despedidas, HUEHUEBR e Humble Crazy Bundle



Nesse Mundo Gamer 44 trazemos a despedida daqueles que estão partindo e a inauguração da nova equipe, com apresentação de Pedro "Lennon" Zambon e participação de Felipe "Bagaço", Caio Chagas e Helena "Tróia". Neste programa você vai conhecer a E3 londrina hipster , a bondade florescendo no coração da EA, a infâmia do gamer brasileiro e o que há de bom no mais insano dos humble indie bundle. 

Pergunta da semana para concorrer a um Humble Indie Bundle 8: - Qual dos jogos do Humble Bundle é o mais insano e porque?

Comentado nesse episódio

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"O Motivo" para ler Patrick Ness

Patrick Ness é o autor da série e também jornalista do The Guardian
nas horas vagas.
Conhecer os pensamentos dos outros sempre parece uma boa idéia em filmes e livros. SEMPRE! Você sabe sobre segredos, vasculha o passado do seu melhor amigo e em algum momento, alguém descobre seu poder super secreto. 

Mas não é assim em ‘O Motivo’ (no original, ‘The Knife of Never Letting Go’, e eu ainda não entendi o motivo do título em português) do escritor americano Patrick Ness. Até porque, Todd Hewitt, nosso protagonista de 12 anos, não tem amigos. Ele é a última criança da cidade de Prentissburgo e tem como único companheiro Manchee, um cachorro que o menino nunca quis. E não menos importante, o ruído. 

Em Prentissburgo, todos os habitantes tem o poder (que está mais para uma maldição) de ouvir o pensamento dos outros. A explicação? Uma guerra entre a raça alienígena do planeta e os homens que chegaram para colonizar o Novo Mundo, além de uma bactéria disseminada pelos primeiros. Mas nada disso explica a ausência das mulheres da cidade e o ruído assustador que cada morador produz, com um tom de fúria, medo e morte. O ruído que devo dizer é belamente ilustrado na versão em inglês.

Ruído ilustrado na versão em inglês. 

Todd espera entender a história de Prentissburgo (e ser um homenzinho, como ele mesmo diz) em 30 dias, quando completa 13 anos. A questão é que Prentissburgo é a única cidade do Novo Mundo e só os homens restantes são amaldiçoados (pelo que parece ser uma praga).

O problema é que Todd descobre um lugar no pântano em que os ruídos dos animais e dos homens são anulados por um silêncio desconhecido que assume a forma de uma garota. Mas ele nunca viu uma. Porque elas não deveriam existir no Novo Mundo.

Primeira nota, leitor, esse é um livro juvenil. Mas com uma dose maior de violência do que esperava de um livro do gênero. É uma distopia interplanetária (HA!) que mostra que nem tudo pode ser perfeito num novo mundo. A série ‘Mundo em Caos’, dividida em três partes, apresenta um universo em que as pessoas passaram a viver uma vida de sobrevivência, sem grandes esperanças de mudança. 

Todd Hewitt encontra outras pessoas pelo Novo Mundo. Inclusive, crianças e mulheres. Cidades inteiras. Mas também descobre que Prentissburgo é o lugar mais odiado e que talvez, ele também carregue um pouco desse ódio.

Motivo para não ler: O português coloquial? Como Todd é semianalfabeto e o livro reflete todo o ruído da mente dele, isso pode incomodar alguns. O ritmo corrido, que entrega a história aos poucos e geralmente com um choque (de raiva ou alegria) pode não agradar a todos. Até porque, os momentos de calmaria são poucos. O livro não acaba por aí e existem mais dois volumes (com a mesma intensidade e número de páginas, pense nisso!).

Motivo para ler: O ritmo. A forma como o Novo Mundo é descrito, num lugar que tem toda a atmosfera de planeta Terra, mas na verdade, acontece num futuro distante e não-promissor. Todd é um personagem que passa de profundamente odiável para querido com as pequenas atitudes. É engraçado ver como ele ‘cresce’, mas na visão dos outros ainda não é um homem. Ah! E tem o fator de que o filme sai em 2014 e por que não ler antes de sair a adaptação?

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Orkut - Nostalgia Web

Estreia um novo quadro aqui no Comando Login: o Nostalgia Web! Nesse novo espaço, montaremos a história de alguns dos sites mais conhecidos desse maravilhoso mundo chamado internet. E para começar com o pé direito, o primeiro escolhido foi o saudoso orkut (com minúsculas mesmo, pois apesar de Orkut ser um nome próprio, na programação visual do site a palavra está em minúscula).

O início


A rede social foi criada em 24 de Janeiro de 2004 tendo como objetivo ajudar seus membros a conhecer pessoas e manter relacionamentos. O nome escolhido para batizar a rede é uma homenagem ao seu projetista chefe, o engenheiro turco Orkut Büyükkökten. 

Inicialmente, o alvo do orkut era os Estados Unidos, mas a maior parte de seus usuários são brasileiros (30 milhões) e indianos (20 milhões). Tanto no Brasil, como na Índia, a rede social do Google é superada pelo Facebook. 

A sede do orkut ficava localizada na Califórnia até agosto de 2008, quando o Google anunciou que ela seria transferida para o Brasil pelo Google Brasil devido ao grande numero de usuários ativos no país. 

Evolução 


- 22 de Janeiro de 2004: É lançado o orkut, trazendo essas carinhas simpáticas acompanhadas da pergunta “Quem você conhece?” em sua página de login.




Já naquele ano, o perfil dividia-se entre social, profissional e pessoal. 

- Abril-Julho de 2005: O orkut ganha versões em onze novas línguas: português, francês, italiano, alemão, castelhano, japonês, coreano, neerlandês, russo e chinês (tradicional e simplificado). 

- Setembro de 2005: O orkut é integrado ao sistema Google Accounts.

- 21 de Abril de 2006: é criado um mecanismo mais amado/odiado da rede social: aquele que permite visualizar os visitantes recentes de seu perfil. 

-  6 de Junho de 2006: O orkut atinge a marca de 20 milhões de usuários. 

- 18 de Outubro de 2006: O orkut chega a 30 milhões de usuários. 

- 28 de Dezembro e parte de 29 de Dezembro de 2006: O orkut fica fora do ar por mais de 24 horas. Ao tentar acessar o site, os usuários se deparavam com uma mensagem informando que ele estava em construção. 


- 1 de Fevereiro de 2007: é criado um mecanismo que permite aos usuários adicionar vídeos ao seu perfil. 

- 5 de Abril de 2007: São criados os tópicos no fórum das comunidades. 

- 9 de Abril de 2007: O orkut chega a 50 milhões de usuários. 

- 3 de Maio de 2007: É lançada a nova visualização de imagens dos álbuns, que permite que o usuário veja outra foto sem retornar à página com as imagens reduzidas. 

- 30 de Junho de 2007: O orkut chega a 60 milhões de usuários. 

- 5 de julho de 2007: O orkut divulga seu blog oficial, escrito pelo próprio Orkut Büyükkökten. Apesar do lançamento, a primeira postagem no blog data somente de 25 de junho de 2007. 

- 1 de abril de 2008: O orkut altera temporariamente seu logotipo em consequência do Dia da mentira. A marca traz a palavra "yogurt", um jogo de letras com o nome da rede. 


- 7 de agosto de 2008: O Google anuncia que o Google Brasil passa a ter o controle mundial do orkut, dividindo a responsabilidade com os indianos. 

- 29 de outubro de 2009: é lançado o "novo orkut". Durante a coletiva lançamento, foram apresentadas algumas novidades como o feed de notícias, um agrupamento de recados, atualizações do perfil e adição de amigos, tudo na página inicial. Também foi apresentado na coletiva, que seria retomado o antigo sistema de convites, como no começo do site. 


- 17 de maio de 2011: Orkut ganha um novo logotipo após 7 anos de existência. O site também passa por uma leve reformulação estética. 

Sucessos (ou não) do orkut 

Fakes: como é comum às redes sociais, no orkut popularizou-se a criação de perfis fake. Esses perfis geralmente se passam por pessoas famosas ou personagens de filmes ou desenhos, o que deixa claro que eles são falsos. Não há nenhum tipo de regra ou lei que proíba esse tipo de perfil. No entanto, quando o perfil tenta passar-se por outra pessoa, seja ela viva ou morta, isso pode se enquadrar como falsidade ideológica. '


Bate-papo: o orkut, assim como Facebook, tem seu próprio chat. A ferramenta aparece no pé da página, permitindo aos usuários que navegue e conversem on-line ao mesmo tempo.



Aplicativos: já em 2008 o orkut contava com mais de 600 aplicativos possíveis de serem associados aos perfis, sendo alguns dos mais utilizados o BuddyPoke e a Colheita Feliz. 




Comunidades

As comunidades eram o grande trunfo do orkut: nelas seus usuários se agrupavam de acordo com  suas preferências e gostos. Também havia as comunidades de humor, que fizeram muito sucesso na rede ao compartilhar trocadilhos e piadas em seus títulos, descrições e tópicos.



Privacidade 


No orkut é possível controlar os níveis de privacidade de suas publicações, escolhendo que poderia ou não vê-las. O ato de bisbilhotar a vida de estranhos era dificultado pela ferramenta que permitia ver os visitantes recentes dos perfis. 



Falhas de segurança 


O orkut viveu muitas crises de seguranças, tendo se tornado um paraíso para a proliferação de vírus e worms. Através de links falsos, os hackers conseguiam acesso às contas dos usuários descuidados. Os arquivos virais instalavam-se e podiam desde mandar recados e depoimentos em massa, até conseguir acesso à todas as senhas do computador. 


O orkut e os crimes


Brasil: no país, após a popularização do Facebook, o orkut acabou tornando-se uma terra sem leis, onde os usuários compartilhavam os mais diversos tipos de arquivos, incluindo músicas, filmes e seriados. Em 16 de março de 2009, a comunidade “Discografias”, a maior do Orkut para troca de músicas, com mais de 900 mil usuários registrados, foi desativada. Na comunidade, os usuários compartilhavam links para álbuns musicais inteiros, sem qualquer pagamento, o que gerou uma série de ameaças judiciais por parte de associações de defesa de direitos autorais. 


Mas a pirataria não era o único tipo de crime praticado na rede. Em 2006. a justiça do Brasil denunciou um estudante de 20 anos acusado de racismo contra pessoas com descendência africana, e espalhar textos difamatórios no orkut. Também houve no orkut uma onda pessoas divulgando fotos de menores de 14 anos, configurando casos de pedofilia. 

Emirados Árabes Unidos: em 2006, o país seguiu o exemplo do Irã e bloquearam o site. Posteriormente no mesmo ano, esse bloqueio foi removido. Após críticas da imprensa, em 4 de julho de 2007 o site foi novamente banido, proibição que continua em vigor. A Árabia Saudita também bloqueou o site.

Dentre polêmicas, comunidades cheias de humor e muitos tópicos livres (e os joguinhos de comunidade), o orkut foi o rei da internet brasileira durante muito tempo, tendo perdido a majestade para o Facebook nos tempos mais recentes. Deu saudade? Corre de volta para lá, que o orkut ainda existe.

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Mundo Gamer ep.43 - Tomb Raider, Gran Turismo 6 e Cool Times




PEEEEEEGGGUUUEEE o controle, aperte start que está no ar mais um Mundo Gamer. Wagner Alves (o Shakira), Rafael Rodrigues (o Noia) e Bruno Marise (o Fronha) discutem sobre todas as notícias que deram o que falar nessa semana.

E que tal aprender mais sobre o desenvolvimento de games? Depois do sucesso do ep.34, novamente trouxemos para o programa um desenvolvedor de games nacional. E dessa vez falamos com Raul Fukunaga, produtor e designer na Cool Times, que vai nos falar mais sobre o mercado brasileiro de games e as dificuldades de se produzir para ele. Simplesmente imperdível!

Gostou do programa? Não gostou? Tá tentando vender a sogra? Não se acanhe! Deixe sua opinião nos comentários.

Contato para Raul Fukunaga:
raul@cooltimes.com.br

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Ilustração de capa por Alex Benito

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Season Finale: Arrow ainda divide fãs, mas supera expectativas


A série Arrow, baseada no herói dos quadrinhos Arqueiro Verde, chegou ao fim na última quarta-feira, dia 15, nos Estados Unidos. Apesar de uma aceitação relativamente boa, o seriado ainda luta pela sua afirmação, e isso se deve a vários fatores, sendo o péssimo histórico recente da Warner com adaptações de histórias de super-heróis o principal deles.

Quem não se lembra de Smallville, a tragédia do "Superboy"? Embora com certo sucesso comercial, a série foi um fracasso se levarmos em conta a inspiração em Superman. A série foi uma mistura porca de draminhas ao melhor estilo One Tree Hill com uma história extremamente mal desenvolvida que, supostamente, baseava-se nos quadrinhos de Homem de Aço.

Além de Smallville, a Warner produziu outros fracassos como Wonder Woman, que nem saiu do piloto, e a péssima Birds of Prey, baseada na sequência homônima dos quadrinhos do Batman, que durou 13 episódios - muito para a péssima qualidade do seriado, no qual Barbara Gordon (antiga Batgirl e filha do Comissário Gordon), e Helena Kyle (a Caçadora e filha do Batman com Selena Kyle), faziam algo semelhante a uma versão de Two Broke Girls mais séria, mas tão ruim quanto.

Depois, disso, claro, o fracasso cinematográfico do Lanterna Verde, que foi aguardado com expectativa pelos fãs do herói, mas que acabou sendo uma grande decepção para a maioria. Essa série de erros da Warner em parceria com a DC colocou todos com um pé (senão os dois) atrás com Arrow.

Por essas e outras, os fãs de quadrinhos tiveram ataques cardíacos e passaram por momentos de tensão extremos quando a Warner, responsável pelos fiascos acima, anunciou a produção de mais um seriado baseado na história de um super-herói dos quadrinhos, dessa vez, o Arqueiro Verde.

Na série e nos quadrinhos
Pra quem tá por fora, Arrow conta a história de Oliver Queen, um playboyzinho milionário, filho de um grande empresário, que é dado como morto em um naufrágio (que matou seu pai). O que ninguém esperava é que Oliver sobreviveria ao acidente e passaria cinco anos em uma ilha, antes de voltar a Starling City, sua cidade, e reencontrar sua mãe casada com um antigo subordinado de seu pai, que agora ocupava o cargo supremo da companhia. Agora consciente dos males que sua família causa à sociedade, Oliver Queen passa a viver uma dupla identidade: à noite, ele sai encapuzado tentando corrigir os erros dos Queen e consertar as injustiças.

Arrow, apesar da desconfiança, obteve certo sucesso e conseguiu uma aceitação relativamente boa do público. Até aqui, a trama é bem desenvolvida e Stephen Amell, o ator protagonista, vem interpretando bem o Arqueiro. Ainda há vários pontos a melhorar, mas o time de produção merece um pouco mais de confiança. E, querendo ou não, mesmo que as últimas tentativas tenham sido um fracasso completo e não sejam dignas de comparação nem com Glee, Arrow é com folga a melhor série de super herói.
 
Obviamente, há coisas a melhorar. Pra começar, essa postura ainda meio dividida entre herói e anti-herói de Oliver Queen parece meio forçada, assim como esse estilo meio dark do seriado. Por outro lado, isso é necessário para que a Warner diga, de certa forma, que podemos confiar em Arrow, que a série não vai ser um fracasso ou uma história de adolescente com super poderes. 

Por essas e outras, os fãs, que já entraram com um certo receio no começo da série, ainda se dividem um pouco, mas, depois de uma temporada bem desenvolvida, Arrow tranquiliza boa parte do público e já aparece como uma boa opção de entretenimento. O Season Finale já passou, eu sei, mas ainda dá tempo pra quem quiser acompanhar as aventuras do Arqueiro Verde, sem medo de ver uma repetição das aventuras do Superboy ou da filha da Mulher Gato.

Veja aqui o promo do season finale de Arrow:


PS: Algumas observações

1. Vale a ressalva, pra ser justo com a Warner: quando falamos dos fracassos deles, há a exceção da sensacional trilogia do Cavaleiro das Trevas. Contudo, acho que é possível dizer que o grande responsável pela exclusão do filme dessa lista de fiascos foi Christopher Nolan, que desde o princípio, deixou claro pra Deus e o mundo que o seu Batman seria só dele (sem participar de filmes com outros heróis) e que teria uma postura muito mais séria do que os filmes de herói até então. Inclusive, inspirando uma nova tendência, já que o último Homem Aranha (interpretado por Andrew Garfield) e que o próximo Superman (que será produzido por Nolan) adotam um estilo mais sóbrio, o que se percebe até mesmo pelas roupas, antes com tons chamativos de azul e vermelho, agora mais neutras; e por personagens muito melhor desenvolvidos psicologicamente.

2. Apesar do tom de crítica, eventualmente assisto a Two Broke Girls. Eventualmente. O tom de crítica vai mesmo pelo fato de que Birds of Prey se vendia como um seriado bom e sério, o que, no fim das contas, foi irônico e até engraçado, tão baixa a qualidade da produção. Agora, das outras séries mencionadas, passo longe.

3. Não dava pra deixar passar essa semana sem falar do INCRÍVEL season finale de The Following. O que foi aquilo, gente? Pelo amor de Deus, se você não viu ou não acompanha a série, comece JÁ!

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Mundo Gamer ep 42 - Douglas Adams, PS4 no Brasil e Star Wars




PEEEEEEGGGUUUEEE o controle, aperte start que está no ar mais um Mundo Gamer. Wagner Alves (o Shakira), Rafael Rodrigues (o Noia) e, nosso querido convidado, Math The Silva discutem sobre todas as notícias que deram o que falar nessa semana.

No episódio 42, não poderíamos deixar de homenagear a figura de Douglas Adams. Com a ajuda do vício de João Sogabe, desvendamos o universo do Guia do Mochileiro das Galáxias e tantos outros de Adams dentro do mundo dos games. Conhece os jogos? Conhece os games? saiba tudo aqui então.

Gostou do programa? Não gostou? Tá procurando um PF barato? Não se acanhe! Deixe sua opinião nos comentários.

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Ilustração de capa por Alex Benito

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Música Eletrônica e Games



Por Helena de Tróia

Pessoas que jogam vídeo games e músicos da área eletrônica têm muito em comum. Ambos passam um extravagante período de tempo na frente de computadores. Ambos perpetuamente correm atrás de customizações e upgrades. Ambos têm um infeliz apetite por café e bebidas energéticas, a fim de poder ficar acordados a noite inteira.

Brincadeiras à parte, é evidente que games e música eletrônica andam de braços dados, interagindo um com o outro. Desde o 8-bit ao 3D, de composições sintéticas repetitivas a orquestradas, a interação jogo-jogador é fortalecida pela trilha sonora, sendo totalmente influente na jogabilidade. Gerações e gerações foram, e são, influenciadas pela game music, e, consequentemente, muitos são os DJs e producers que seguiram o ramo graças a essa influência, homenageando-a durante suas carreiras.


Musica eletrônica nos games

A música dos games ocupa hoje um legítimo lugar na indústria. Orquestras internacionais renomadas apresentam concertos inteiros de música composta especificamente para vídeo games, e suas trilhas sonoras regularmente agregam composições de bandas do gênero techno, hip-hop, rock, punk, entre outros. Porém, essas trilhas são mais do que meros sons de fundo, mas integrantes da experiência do jogo. O ritmo, velocidade e melodia da composição são capazes de alertar ou acalmar, transmitindo sensações. Como no clássico Space Invaders, em que à medida que os aliens se aproximavam ou se moviam mais rápido, a música acelerava e ficava mais alta.

Naquela época, as composições para jogos eram integralmente digitais, devido à incapacidade de reprodução sonora dos arcades e consoles. Um chip de computador transformava pulsos elétricos correspondentes a códigos de computador em ondas sonoras analógicas para um alto falante. A simplicidade não é motivo, no entanto, para menosprezo, já que os sons monofônicos marcaram uma geração inteira. Em seus primeiros dias como game designer, Shigeru Miyamoto não possuía compositores como Koji Kondo, e teve que se virar sozinho: ele mesmo compôs a trilha sonora do arcade Donkey Kong em um pequeno teclado, a mesma que encanta pessoas até os dias atuais (sem contar que ele criou a trilha sonora de Mario antes mesmo do jogo, o que por si só já lhe garantiria um Grammy, pelo menos).

A simples repetição de uma sequência de notas mudou o universo dos games para sempre. Compor a musica que não sai da cabeça de milhares de pessoas parece fácil? Quero ver você tentar.


Sendo o gênero musical pioneiro nesse ramo, o sintético eletrônico continuou presente nos games, ditando energia e aceleração à experiência de jogar. Em jogos de corrida, como Extreme-G (esse jogo dava muita, mas muita dor de cabeça hehehe) do Nintendo 64, a música passa a vontade de pisar fundo no acelerador, como se você estivesse dentro do universo do jogo.


Existem, também, aqueles em que a música eletrônica é parte vital do game: DJ Hero, Dance Dance Revolution e Parappa The Rapper Audiosurf são exemplos e, nestes, ritmo representa diversão de sobra.


Videogame e Skrillex: combinação perfeita.


Games na música eletrônica

Dentre as semelhanças entre os dois gêneros, a mais marcante é a utilização de instrumentos em comum, como o sintetizador e o sampler. O primeiro é uminstrumento musical eletrônico projetado para produzir sons gerados através da manipulação direta de correntes elétricas, fazendo o uso de um computador nesse processo. Já o sampler é um software ou um hardware feito para o armazenamento de amostras de áudio (samples) de arquivos em diversos formatos, de origem digital (WAV, Flac, MP3, etc.) ou analógica, que são armazenados em uma memória digital. Além disso, Djs, producers e compositores fazem uso de gravadores digitais e de softwares de composição.

Pra quem nunca viu, tá ai um sintetizador e um sampler (respectivamente).


Sendo, então, musicalmente parecidos, muitos são os músicos da área eletrônica que gostam da game music. O canadense Joel Zimmerman, mais conhecido como deadmau5, diz ter crescido ao som dos beeps dos games, demonstrando abertamente a sua adoração através de tattoospelo corpo. Em dezembro de 2011, na Spike Video Game Awards, o producer encontrou ninguém menos que Shigeru Miyamoto, que autografou seu antebraço. O músico, depois, perpetuou a assinatura em uma tatuagem.




Aposto que você não consegue não rir dessa cara do Miyamoto

Apaixonado pela série The Legend of Zelda, o canadense criou o remix “You need a ladder”, juntando o tema principal da série `a melodia principal de “Sofie needs a ladder”. A música é eventualmente tocada em seus shows.


Mas não só ratos curtem uma boa jogatina: ainda sobre a série do menino de capuz verde, o popular mixer de dubstep Skrillex (Sonny John Moore) criou um game próprio, chamado “Skrillex Quest”. Pixelado, o joguinho conta a história de uma poeira que caiu no chip de um cartucho e condenou todo o reino com glitches (falhas). A trilha sonora é inteiramente composta por músicas do DJ. Gostou? Você pode conhecer o game clicando aqui.


Além disso, o jovem também criou o remix Reptile, que compõe a trilha sonora de Mortal Kombat 9 (PS3, PS Vita e Xbox 360).



Você é remixer e gostaria de ver seu trabalho valorizado, ou simplesmente busca um lugar onde pode encontrar alguns remix de game music? O site americano OverClocked ReMix é uma organização dedicada `a apreciação e publicação de música de games como forma de arte. O site só hospeda músicas que passem por uma comissão de jurados, então a qualidade é garantida. Além disso, você encontra muita informação sobre game music e compositores, recursos para iniciantes e, ainda, tem contato com uma grande comunidade de fãs.

Seja no universo gamístico ou no eletrônico, em grande parte, uma coisa é certa: a qualidade musical é de primeira. Se você é daqueles que não considera esses dois ramos culturais como música, espero ter mudado sua opinião. Se mesmo assim sua opinião persiste, então...até mais pra você, te desejo o melhor sempre! só que não : )