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Dragon View - Game Trashback




Plataforma: Super Nintendo
Desenvolvedora: Atari Europe S.A.S.U.
Ano: 1994


Quando pensamos em RPGs para o Super Nintendo, é comum lembrarmos de títulos como Chrono Trigger, Final Fantasy e Zelda ou, se você for um aficionado pelo gênero, pode até mesmo se lembrar de algum Lufia, Dragon Quest, Secret of Mana ou Tales of Phantasia. Mas, de qualquer jeito, dificilmente alguém irá citar Dragon View como um exemplo do gênero. O que, realmente, é uma pena. Sucessor do clássico Drakken e até lançado no Japão como Drakken II, Dragon View em nada lembra o primeiro jogo da série – o que, de certo modo, é o que o torna tão interessante. Como a própria caixa já dizia, é "um RPG como você nunca viu antes". E, pelo menos dessa vez, essa constatação era uma verdade, e não apenas uma frase de marketing pra vender o produto.

Inovação? É de comer?
Não parece, mas Dragon View é um RPG inovador

Podemos dizer que Dragon View traz uma visão inovadora do que deve ser um RPG mas, de todo modo, ela definitivamente não está no roteiro. Tão clichê quanto um RPG pode se esforçar para ser, o plot já não ajuda muito para nos fazer continuar na história: enquanto você se ausenta da cidade, um mago do mal rapta a sua namorada – e filha do chefe da vila em que você mora – e você deve sair pelo mundo para resgatá-la. Zelda? Shining Force? Uma cópia porca de tudo isso, já que toda essa ação acontece em coisa de cinco minutos e sem alguma explicação que faça sentido – afinal, porque um poderoso mago do mal perderia tempo em, com tantas princesas pelo mundo, raptar justo sua namorada garçonete de taverna? Mas, somente após assumirmos o controle e realmente começarmos o jogo que percebemos o quanto Dragon View é diferente de tudo o que já vimos no gênero.

Beat'em'all!!!

Primeiro RPG que ser um craque dos fliperamas
é sinônimo de sucesso. Maravilha!
Dragon View possui duas jogabilidades distintas: a de quando estamos no mapa e a de quando estamos numa cidade, dungeon ou em batalha. Ao andarmos pelo mapa, temos aquela visão em primeira pessoa de clássicos como Doomou Eye of the Beholder. Mas apenas quando entramos numa luta que o jogo nos mostra o porquê é tão diferente dos demais: virando uma espécie de action RPG com botão de ataque e de usar itens – mais ou menos como é Tales of Phantasia – Dragon View inova por inserir também o elemento da profundidade na tela, tornando suas batalhas uma espécie de Final Fight medieval com XP. Ou seja, diversão garantida!



Mas ainda é um RPG...

Barrinha de XP, HP, MP, level e donzelas indefesas, tudo
numa única foto pra calar a boca de quem duvida que
Dragon View seja um RPG de verdade. 
Apesar dar batalhas mais parecidas com um beat'em up, não há dúvidas de que Dragon View é, ainda, um RPG. E, fora o roteiro clichê, vemos nele todos os elementos básicos do gênero: tela de menu com inventário, itens específicos para conseguir resolver puzzlesespecíficos, pontos de experiência ao matar o inimigo e um sistema de level up. E aqui temos algumas diferenças com a grande maioria dos jogos do gênero: o level up não aumenta a sua quantidade de HP, apenas o seu nível de ataque e de defesa; para aumentar o HP, é necessário encontrar itens com a forma de um coração cinza – mais ou menos como em Zelda – ou comprá-los de algum dos mercadores misteriosos que existem em praticamente toda cidade. Outra diferença é que os equipamentos do personagem não podem ser mudados: o herói de Dragon View conta com duas armas (uma espada e uma hauza, uma espécie de chakram estilizado), uma armadura e três anéis de magia e, ao invés de trocá-los por uma armadura melhor ou uma espada melhor, encontramos itens de upgrades ao longo da história que melhoram a força de cada uma dessas armas – upgrades esses que seguem a mesma lógica do HP: uma espada cinza aumenta a força da espada, uma armadura cinza a da armadura, etc e tal. Há também uma barra de MP simbolizada por estrelinhas aos invés da tradicional barra azul, o que dá um ar mais gay único ao jogo.

Sim ou não?

Estranhamente, sim! Dragon View é um dos melhores RPGs desconhecidos para o 16 bits da Nintendo, e tem um sistema de luta tão interessante que não nos faz sentir nenhuma falta daqueles menuzinhos chatos. Quanto a história, bem, quem gosta de RPGs assim como eu, já está acostumado a engolir esses clichês, então, o que é mais um, não é mesmo? De qualquer jeito, nunca diga pra alguém que você é um amante dos velhos RPGs de SNES se nunca jogou Dragon View. Sério. Vai pegar mal.   


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